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Rússia concorda em congelar instalação de mísseis até 2009
Em cúpula com UE, Moscou aceita adiar envio de artefatos a
Kaliningrado em reação a escudo americano no Leste Europeu
Sarkozy, presidente de turno
do bloco, quer encontro de
segurança com presença dos
EUA; líderes acertam voltar a
negociações para cooperação
DA REDAÇÃO
Os presidentes russo, Dmitri
Medvedev, e francês, Nicolas
Sarkozy, que ocupa a presidência da União Européia, concordaram em congelar a instalação
de mísseis por Moscou no litoral do Báltico, e pelos EUA no
Leste Europeu, até a realização
de um encontro sobre segurança em 2009. Washington não se
manifestou sobre o anúncio,
feito sob a premissa de que os
países receptores de seu escudo
antimísseis, Polônia e República Tcheca, pertencem à UE.
Em cúpula bilateral realizada
ontem em Nice, sul da França,
Sarkozy disse ter mostrado "o
quanto nós ficamos preocupados com o anúncio [da instalação de mísseis russos no encrave de Kaliningrado] e como não
deveriam ser tomadas medidas
até que se discutissem as novas
condições geopolíticas para
uma segurança pan-européia".
Na semana passada, Moscou
anunciara a intenção de instalar os artefatos no território
fronteiriço com a Lituânia e a
Polônia, em reação ao plano do
governo de George W. Bush,
que acaba em 20 de janeiro.
"Deveríamos evitar medidas
unilaterais. A Rússia nunca as
tomou, a não ser [fazer ameaças] em reação a alguns países
europeus que, sem consultar
ninguém, fecharam esses acordos", disse Medvedev em alusão a Praga, que aceitou receber
radares americanos, e Varsóvia, que terá mísseis interceptores. Moscou vê no sistema
uma afronta, mas os EUA dizem que ele visa a defesa contra
um possível ataque do Irã.
Após as declarações, o vice-premiê tcheco, Alexandr Vondra, disse que Sarkozy não tem
mandato para convocar uma
paralisação da instalação do escudo americano. "A França não
nos consultou", afirmou. A República Tcheca substituirá a
França na presidência rotativa
da UE em janeiro.
Para Sarkozy, o encontro sobre segurança poderia ocorrer
entre junho e julho de 2009 no
âmbito da Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que inclui os
EUA. A reunião, disse, não precisa ser conclusiva, mas pode
"lançar as bases de um futuro
pacto de segurança européia".
Acordo de cooperação
Medvedev e Sarkozy concordaram também em retomar as
negociações sobre o novo tratado de cooperação política e econômica, conforme os líderes
europeus haviam anunciado
após encontro preparatório na
segunda. Na ocasião, só a Lituânia opôs-se ao reatamento.
A UE suspendera as negociações em setembro devido ao
conflito entre Rússia e Geórgia
em agosto. No episódio, Tbilisi
invadiu o território separatista
da Ossétia do Sul, ao que Moscou reagiu invadindo o país e,
posteriormente, reconhecendo
a independência tanto da Ossétia do Sul como da Abkházia.
Sarkozy elogiou o cumprimento do cessar-fogo por Moscou, mas cobrou a conclusão da
retirada russa da Geórgia. A decisão de retomar o diálogo, a
princípio em 2 de dezembro, sinaliza o pragmatismo do bloco.
Cerca de 40% do gás consumido na Europa vêm da Rússia.
Com agências internacionais
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