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Sentimentos se dividem no mundo árabe após prisão de líder anti-EUA
DA REDAÇÃO
O mundo árabe recebeu a notícia da captura de Saddam Hussein com os sentimentos divididos: ao mesmo tempo em que a
prisão do violento ex-ditador foi
bem recebida oficialmente pelos
países da região, parte da população lamentou que um símbolo da
resistência árabe aos americanos
esteja agora atrás das grades.
Na faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde os palestinos lutam contra a ocupação israelense, a prisão
foi recebida como má notícia, por
se tratar de uma vitória dos EUA,
aliados de Israel.
"É um dia triste da história. Não
porque Saddam seja árabe, mas
por ter sido o único homem que
disse "não" para a injustiça americana no Oriente Médio", disse o
taxista palestino Fadiq Husam.
A Autoridade Nacional Palestina não quis comentar a prisão de
Saddam. Mas Abdel al Rantissi, líder do grupo terrorista Hamas,
disse que os EUA "pagarão um
preço muito alto pelo erro" de
prender Saddam.
"Claro que é uma notícia ruim.
Para nós, Saddam era um símbolo
de resistência aos planos norte-americanos para a região. E nós
apoiamos qualquer pessoa que
desafie a dominação americana",
disse Azzam Hneidi, membro do
Parlamento da Jordânia.
No Iêmen, o professor Mohammed Qader disse que esperava
que Saddam resistisse à prisão ou
se suicidasse. "Ele desapontou
muitos de nós, é um covarde."
A comemoração pela captura só
foi mais visível no Kuait, país ocupado pelo regime de Saddam de
1990 a 1991. Vários carros passavam pelas ruas buzinando.
Notas oficiais
O chanceler egípcio, Ahmed
Maher, disse: "Não creio que
ninguém ficará triste por causa de
Saddam. Seu governo causou mal
à população e jogou a região árabe em diversas turbulências".
O governo da Jordânia disse que
espera que a prisão represente
uma "página virada" na história
do Iraque, mas defendeu que a
população tenha a "primeira e a
última palavras" sobre a captura
de Saddam.
Os nove netos de Saddam que
vivem na Jordânia, filhos das duas
filhas do ex-ditador exiladas naquele país, choraram ao saber da
prisão do avô, segundo relatos de
pais de colegas do colégio.
Com agências internacionais
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