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COLÔMBIA
Washington admite que está revendo seu auxílio a Bogotá; Pastrana quer acordo para cessar-fogo até domingo
EUA podem se envolver mais na Colômbia
DA REDAÇÃO
O Departamento de Estado dos
EUA admitiu ontem que sua política de ajuda à Colômbia está em
revisão, mas não quis comentar se
isso incluiria ajuda militar para
combater as guerrilhas.
A informação foi confirmada
pelo porta-voz do Departamento
de Estado, Philip Reeker, um dia
após o governo colombiano e o
principal grupo guerrilheiro do
país, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) terem retomado o processo de paz
após a crise mais grave nos diálogos em seus mais de três anos.
Segundo reportagem publicada
ontem pelo jornal "The Washington Post", o governo de George
W. Bush pretende se envolver
mais na luta contra as organizações rebeldes colombianas, classificadas pelo Departamento de Estado como terroristas.
Atualmente, os EUA já contribuem com US$ 1,3 bilhão em
equipamentos militares e treinamento para o Plano Colômbia de
combate ao narcotráfico. Esses recursos, porém, não podem ser
utilizados para o combate às guerrilhas. As Farc, assim como os
grupos paramilitares de direita
que as combatem, são acusados
de se financiar cobrando contribuições em troca de proteção aos
produtores de coca.
Em discurso recente, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, havia dito que o Plano Colômbia também é um plano de
combate ao terrorismo.
Durante a crise no processo de
paz, nos últimos dias, Powell havia dado seu apoio à iniciativa de
Pastrana de dar um ultimato às
Farc.
Na noite de anteontem, o grupo
guerrilheiro anunciou que voltaria à mesa de diálogo pouco mais
de quatro horas antes do fim do
prazo dado por Pastrana para que
eles se retirassem da zona desmilitarizada ao sul do país. A zona havia sido concedida em 1998 como
condição para o início do diálogo.
Cessar-fogo
Vencida a primeira queda de
braço, Pastrana anunciou, em discurso transmitido pela TV, que
exigirá das Farc a discussão de
pontos como um cessar-fogo e o
fim dos sequestros para renovar a
vigência da zona desmilitarizada,
que vence neste domingo, dia 20.
"Agora nós temos até o dia 20 de
janeiro, data em que expira o prazo da zona desmilitarizada. Agora
o tempo está correndo para chegarmos a um acordo que possa
mostrar ao país que as Farc realmente querem o processo de
paz", disse Pastrana.
Desde o começo do processo,
ele já havia prorrogado o prazo de
vigência da zona nove vezes -a
última delas em outubro. Segundo Pastrana, uma nova prorrogação depende dos resultados desta
semana.
"O que queremos agora é um
cronograma muito, muito preciso, com um plano de trabalho",
disse o comissário de paz do governo, Camilo Gómez. As negociações entre as duas partes devem ser retomadas hoje, na cidade de Los Pozos, na zona desmilitarizada.
Gómez disse que seria "ilusório
e irresponsável" imaginar que as
Farc possam deixar de lado todas
as suas ações armadas em cinco
dias, mas afirmou em entrevista a
uma rádio: "O tempo é definitivamente curto mas suficiente. Então, é importante trabalhar duro,
sem descanso".
O principal objetivo do encontro de hoje será a retomada do
acordo de San Francisco de la
Sombra, de outubro do ano passado, que previa a discussão imediata de um cessar-fogo e do fim
dos sequestros.
Para muitos analistas, o endurecimento das posições do governo
colombiano no diálogo com as
Farc se deve em parte às pressões
do governo dos EUA, que nunca
viram com bons olhos a concessão da zona desmilitarizada e a
condução dada ao diálogo de paz.
O chanceler colombiano, Guillermo Fernández de Soto, negou
ontem que tivesse havido pressões americanas. Segundo ele, o
governo dos EUA atuou de maneira "muito respeitosa".
Com agências internacionais
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