São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GUERRA SEM LIMITES

Maior parte do auxílio prometido ainda não chegou, diz entidade; EUA devem liberar US$ 221 mi bloqueados

ONU pede ajuda imediata ao Afeganistão

DA REDAÇÃO

A ONU exortou ontem a comunidade internacional a ajudar financeiramente o Afeganistão, que tem "necessidades a curto prazo", de acordo com declaração feita, em Cabul, por Ahmed Fawzi, porta-voz do enviado especial das Nações Unidas para o Afeganistão, Lakhdar Brahimi.
Logo após as declarações de Fawzi, os países doadores de fundos para o Afeganistão fizeram uma reunião urgente -também em Cabul-, visando a coletar imediatamente a ajuda financeira necessária.
O Grupo de Apoio ao Afeganistão é composto por 16 países europeus e asiáticos. A Comissão Européia também faz parte do grupo.
"A comunidade internacional se comprometeu a doar muitos milhões de dólares ao Afeganistão. Após a Conferência de Bonn, ao menos US$ 20 milhões deveriam ter chegado, mas apenas US$ 7 milhões vieram até agora", explicou Fawzi.
Esse montante tinha como objetivo permitir que a administração interina afegã, que assumiu o poder em 22 de dezembro passado, pagasse os salários dos funcionários públicos, que, há seis meses, não recebem salários nem bonificações.

Fundos afegãos
Os EUA, por sua vez, liberarão US$ 221 milhões correspondentes a fundos do Afeganistão, que estavam congelados desde 1999, nos próximos dias, segundo um funcionário graduado da administração americana, que preferiu manter-se anônimo.
Os fundos do Banco Central do Afeganistão -ouro e dinheiro- foram bloqueados logo depois da recusa, por parte do regime do Taleban, em entregar membros da rede terrorista Al Qaeda suspeitos de envolvimento com os atentados às embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Quênia, ocorridos em 1998.
Já o Japão indicou que deverá sugerir uma ajuda de US$ 500 milhões para o Afeganistão durante a conferência que reunirá doadores de fundos em Tóquio, na próxima semana. Essa ajuda seria dividida em dois anos.
Atualmente, o Japão, os EUA, a Arábia Saudita e a União Européia discutem as quantias que cada um poderá enviar e o período de tempo que a ajuda financeira ao Afeganistão deverá durar.

Novos alvos
Aviões de combate americanos começaram a atacar novos alvos ontem -após a destruição de esconderijos de membros da Al Qaeda e do Taleban no leste do território afegão. Os novos alvos são cavernas em que Osama bin Laden e seus seguidores poderiam estar escondidos.
A CIA (agência de inteligência dos EUA) desmentiu a informação de que Bin Laden tinha escapado do Afeganistão. Segundo a rede de TV americana ABC, analistas da CIA crêem que Bin Laden tenha deixado o complexo de Tora Bora (leste do Afeganistão) na primeira semana de dezembro.
Em Candahar (sul), militares americanos apreenderam diversas armas, incluindo morteiros e granadas, perto de sua base no aeroporto da cidade, de acordo com autoridades americanas.
As armas foram encontradas sob um imóvel -em túneis- localizado a apenas 300 m da base. Toda a munição encontrada, o imóvel, os túneis e as entradas das cavernas vizinhas foram destruídos com explosivos, segundo o capitão do Exército dos EUA Daniel Greenwood.
O Conselho de Segurança da ONU suspendeu ontem as sanções que pesavam sobre a Ariana Afghan Airlines -a companhia aérea afegã- desde 1999.


Com agências internacionais


Texto Anterior: União gay: Ministro norueguês casa com o namorado
Próximo Texto: Norte-americano do Taleban sabia dos atentados, diz governo dos EUA
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.