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Com estratégia arriscada, premiê fica mais isolado
DO "THE INDEPENDENT"
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, parecia
cada vez mais isolado na última sexta-feira dentro das
Nações Unidas, na União
Européia e entre a maioria
do Partido Trabalhista, após
a apresentação do relatório
do chefe dos inspetores de
armas da ONU, Hans Blix.
Blair esperava desesperadamente que Blix sustentasse sua posição política ao
elevar o tom crítico de seu
último relatório ao Conselho
de Segurança da ONU, em
janeiro. Mas Blix apontou
suas críticas anteontem para
as supostas provas contra o
Iraque apresentadas pelos
EUA na semana retrasada.
Com alguns ministros advertindo de maneira privada
que a crise poderia ameaçar
a liderança de Blair, a cólera
entre os trabalhistas era palpável anteontem, quando o
partido se preparava para
uma conferência em Glasgow.
O governo do Reino Unido
sabe que continuar a apoiar
a Casa Branca será uma estratégia extremamente arriscada, dado o forte sentimento anti-Bush entre os trabalhistas e na opinião pública
britânica em geral.
Blair sabe que enfrentará
possíveis renúncias no gabinete, assim como falta de
apoio público para as tropas
britânicas em ação, sem uma
nova resolução da ONU que
autorize o ataque.
Se esse cenário, defendido
pelos "falcões" do governo
americano, se materializar, o
premiê, que investiu muito
tempo e energia na saída pela ONU, será julgado por falhar em seu principal papel,
de tentar moderar a influência dos EUA.
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