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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003

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Com estratégia arriscada, premiê fica mais isolado

DO "THE INDEPENDENT"

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, parecia cada vez mais isolado na última sexta-feira dentro das Nações Unidas, na União Européia e entre a maioria do Partido Trabalhista, após a apresentação do relatório do chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix.
Blair esperava desesperadamente que Blix sustentasse sua posição política ao elevar o tom crítico de seu último relatório ao Conselho de Segurança da ONU, em janeiro. Mas Blix apontou suas críticas anteontem para as supostas provas contra o Iraque apresentadas pelos EUA na semana retrasada.
Com alguns ministros advertindo de maneira privada que a crise poderia ameaçar a liderança de Blair, a cólera entre os trabalhistas era palpável anteontem, quando o partido se preparava para uma conferência em Glasgow.
O governo do Reino Unido sabe que continuar a apoiar a Casa Branca será uma estratégia extremamente arriscada, dado o forte sentimento anti-Bush entre os trabalhistas e na opinião pública britânica em geral.
Blair sabe que enfrentará possíveis renúncias no gabinete, assim como falta de apoio público para as tropas britânicas em ação, sem uma nova resolução da ONU que autorize o ataque.
Se esse cenário, defendido pelos "falcões" do governo americano, se materializar, o premiê, que investiu muito tempo e energia na saída pela ONU, será julgado por falhar em seu principal papel, de tentar moderar a influência dos EUA.






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