São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2005

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CHILE

Senado americano diz que ex-ditador tinha rede financeira secreta e movimentou ao menos US$ 13 milhões

Pinochet manteve ao todo 125 contas nos EUA

DA REDAÇÃO

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-90) teve um total de 125 contas bancárias, além de investimentos em ações e em título do Tesouro, nos EUA, o que lhe permitiu tecer uma rede financeira para movimentar ao menos US$ 13 milhões em 25 anos, segundo revelou ontem um relatório do Senado americano.
"As novas informações revelam que a rede de contas bancárias de Pinochet nos EUA era muito mais extensa, muito mais ampla, e implicava mais bancos do que fora anunciado anteriormente", declarou o senador democrata Carl Levin, um dos presidentes da Subcomissão de Investigações do Senado dos EUA.
A subcomissão, que, em julho do ano passado, revelou a existência de contas secretas de Pinochet no Riggs Bank, disse, após uma investigação complementar, que ele tinha 28 contas no Riggs Bank e 97 em outros bancos.
As autoridades americanas não conseguiram calcular o montante exato movimentado por Pinochet nos EUA. "No mínimo, o total supera os US$ 8 milhões encontrados no Riggs Bank em setembro de 2001", afirmou o texto.
Os bens de Pinochet estão indisponíveis por decisão judicial até que se apure a origem dos milhões de dólares que ele manteve depositados em agências do Riggs Bank em Washington e Miami.
"Devido a um sistema de controle fraco, muitos bancos permitiram que uma personalidade pública, Augusto Pinochet, criasse uma rede secreta de contas nos EUA. A rede fazia uso de empresas "offshore" e de nomes falsos", afirmou Levin.
O texto inclui diferentes nomes usados por Pinochet para abrir contas. Às vezes, ele se apresentava como José Pinochet. Em outras, era José Ramón Ugarte ou Daniel López. A subcomissão chegou a mostrar três passaportes de Pinochet.


Com agências internacionais

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