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ORIENTE MÉDIO
Sírios desmontam escritórios em Beirute
Bush pede que Hizbollah se desarme como prova de que não é terrorista
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que o grupo
extremista islâmico libanês Hizbollah deveria provar que não é
uma organização terrorista se desarmando e trabalhando pela paz.
Em Beirute, membros das forças de inteligência síria começaram a desmontar seus escritórios
na cidade e também em Trípoli,
no norte do país.
A medida faz parte da retirada
das tropas sírias do Líbano e ocorre um dia depois da manifestação
da oposição anti-Síria, considerada a maior de toda a história do
país ao reunir até 1 milhão de pessoas nas ruas da capital libanesa.
"Nós enxergamos o Hizbollah
como uma organização terrorista", disse Bush após se reunir com
o rei Abdullah, da Jordânia, na
Casa Branca. "Eu tenho a esperança de que o Hizbollah prove
que não é entregando as armas, e
não ameaçando a paz."
O Hizbollah é um partido político no Líbano, participando da vida política há dez anos. Possui nove representantes no Parlamento,
que conta com 128 membros, mas
não ocupa cargos executivos.
No mundo árabe, o Hizbollah é
respeitado por ser uma resistência vitoriosa contra a ocupação israelense. Para os árabes, a organização conseguiu obrigar Israel a
se retirar do sul do Líbano em
2000 -os israelenses dizem que
saíram por questões estratégicas.
"Uma de nossas preocupações,
que eu e sua majestade [rei Abdullah] discutimos, é que talvez o
Hizbollah tente minar o processo
de paz entre israelenses e palestinos", disse o presidente americano. Segundo Bush, "o Hizbollah
foi declarado uma organização
terrorista por causa de seus atos
no passado".
Os EUA começaram a alterar o
seu discurso contra o Hizbollah
após verem o impacto da manifestação do grupo na semana passada, quando mais de 500 mil pessoas participaram de ato pró-Síria
em Beirute a convite da organização de maioria xiita.
O Hizbollah afirma que não
pretende se desarmar enquanto o
conflito de Israel com o mundo
árabe não estiver resolvido. Desde
a retirada, o grupo tem realizado
ataques esporádicos contra o território israelense, sem grandes
conseqüências. Israel vem revidando na mesma dose.
Porém o governo israelense
acusa o grupo -que é apoiado
pelo Irã e pela Síria- de dar suporte para os grupos terroristas
palestinos cometerem atentados
contra israelenses.
Manifestação
Enquanto os agentes sírios desocupavam seus escritórios, cerca
de 2.000 manifestantes se reuniram diante da Embaixada dos
EUA em Beirute para protestar
"contra a ingerência americana
na política libanesa".
Por enquanto, cerca de 4.000
militares sírios dos 14 mil que estavam no Líbano já atravessaram
a fronteira de volta para a Síria.
Com agências internacionais
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