São Paulo, domingo, 16 de abril de 2000


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PLEITO
Campanha adquire caráter de enfrentamento entre o premiê D'Alema e o líder direitista Berlusconi
Itália elege governadores de 15 Regiões

da "Associated Press"

Cerca de 42 milhões de italianos elegem hoje os presidentes (governadores) e os seus representantes em assembléias legislativas de 15 das 20 Regiões (Estados) do país. As eleições são vistas como um teste da popularidade do primeiro-ministro italiano, Massimo D'Alema, e de seu principal rival conservador, o milionário Silvio Berlusconi.
Os governos regionais exercem um papel importante na gestão dos sistemas de transporte e de saúde. Mas, mais do que as questões regionais, dominaram os comícios e os debates as trocas de farpas entre D'Alema, ex-comunista que desde outubro de 1998 chefia um governo de coalizão de centro-esquerda, e o magnata da mídia Silvio Berlusconi, cuja aliança de centro-direita inclui neofascistas e, num casamento de conveniência, o movimento autonomista Liga Norte.
A Itália tem 20 Regiões, e as 15 que terão eleições abrangem 75% do eleitorado, razão pela qual são vistas como teste da tendência geral dos eleitores, um ano antes das eleições parlamentares previstas para 2001.

Ataques pessoais
Berlusconi questionou repetidas vezes a inclusão dos comunistas dogmáticos no governo de D'Alema, chegando ao ponto de sugerir que o próprio D'Alema possa ser um comunista não reformado.
O premiê, por sua vez, acusou a centro-direita de ter fechado um acordo com o demônio, ao forjar uma aliança com a Liga Norte e seu instável líder, Umberto Bossi.
Foi apenas há pouco tempo que Bossi moderou seus chamados à separação do norte da Itália do restante do país, e sua política contra os imigrantes gerou comparações com as propostas do ultradireitista austríaco Joerg Haider, do Partido da Liberdade, que integra a coalizão do governo com os conservadores.
Haider defende a restrição da imigração e uma política considerada contrária à integração econômica européia.
A coalizão governista de centro-esquerda venceu em nove das Regiões nas eleições de 1995 e conquistou outras duas em 1999, com a queda das coalizões de centro-direita na Campanha e na Calábria, ambas no sul do país.
Mas Berlusconi insistiu que o importante era o número de votos obtidos em todo o país e exigiu que D'Alema renuncie se a centro-esquerda perder votos nas eleições de hoje.
D'Alema rechaçou o argumento, mas sua coalizão é prejudicada pelas tensões que irrompem constantemente entre seus diferentes integrantes, que vão desde os comunistas dogmáticos até a Democracia Cristã, passando pelos Verdes.


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