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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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Xiitas fazem ato contra os americanos

Cris Bouroncle
Soldado americano, carregando fuzil, observa manifestantes entoando gritos contra a presença dos EUA, em Nassiriah (Iraque)


DA REDAÇÃO

Cerca de 20 mil de iraquianos, em sua maioria muçulmanos xiitas, se manifestaram ontem em Nassiriah (sul do Iraque) contra a reunião organizada pelos EUA de opositores ao regime do ex-ditador Saddam Hussein perto da cidade bíblica de Ur.
"Sim à liberdade", "sim ao islã", "não aos EUA" e "não a Saddam", gritava a multidão. Comandados por líderes religiosos locais, os manifestantes carregavam faixas e cartazes nos quais estava escrito: "Pedimos que nossa voz seja a da Hawza [escola religiosa dos xiitas em Najaf]". A Hawza é um dos centros de poder ideológico dos xiitas no Iraque.
"As forças populares e religiosas que organizam este protesto acreditam que a Hawza de Najaf é a única representante do povo iraquiano", disse Warrad Nasralah, um dos imãs que liderou a manifestação de ontem. Os xiitas são maioria no Iraque. O país, durante o regime de Saddam, foi controlado pela minoria sunita.
"É a Hawza, e não os EUA e o Reino Unido, que tem o direito de eleger os representantes do povo iraquiano", acrescentou o dirigente xiita, rodeado de jovens que carregavam o Alcorão.
"Nossa manifestação é uma resposta à reunião organizada pelos EUA", disse um dos manifestantes. No protesto, havia vários retratos de Mohammad Sadeq al Sadr, uma importante liderança xiita assassinada em 1999, provavelmente pelo regime do ex-ditador iraquiano.
"Pedimos que as forças americanas e britânicas partam. Eles nos libertaram de Saddam, e a sua missão terminou", disse Ihsna Mohamed, responsável pela federação de engenheiros da região.

Com agências internacionais


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