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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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EUA não planejam atacar a Síria, dizem Powell e Rice

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou ontem que o governo americano está preocupado com as políticas da Síria e do Irã, mas que não existem planos para atacar estes ou outros países. "Não há uma lista, não há um plano de guerra agora para ir e atacar mais alguém com o propósito de derrubar sua liderança ou com o propósito de impor valores democráticos", disse.
Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional do governo americano, também negou que os EUA estejam planejando uma nova ação militar. "O presidente já deixou claro que nem todo problema no Oriente Médio pode ser tratado da mesma forma", disse.
As declarações de Powell e de Rice, após dias de ameaças de membros do governo dos EUA à Síria, pareceram destinadas a reduzir os temores na região de que, após derrotar militarmente o Iraque, os EUA pudessem considerar atacar a Síria ou o Irã, países os quais também acusa de desenvolver armas de destruição em massa. Os EUA também acusam a Síria de dar abrigo a antigos membros do regime de Saddam Hussein que teriam fugido do Iraque após o início da guerra e de tê-lo ajudado a se defender contra a invasão dos EUA.
Powell procurou ontem fazer distinções entre as acusações sobre a Síria e o Irã e sobre o Iraque, descrito por ele como "um caso único". "Era um ditador aterrorizando sua população, estuprando e pilhando seu próprio povo, gastando seu tesouro, mas, além disso, invadindo seus vizinhos e ameaçando o mundo todo com armas de destruição em massa", disse.
Ainda ontem, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, anunciou a interrupção de um oleoduto que levava petróleo ilegalmente do Iraque para a Síria. Bagdá teria fornecido à Síria cerca de 200 mil barris de petróleo por dia nos últimos quatro anos, em contravenção às sanções das Nações Unidas ao Iraque.
A Síria voltou a rejeitar ontem as acusações americanas, afirmando que elas teriam sido instigadas por Israel.
Segundo a agência oficial de notícias síria, Sana, o gabinete sírio "denunciou a linguagem ameaçadora e as acusações falsas dirigidas à Síria por alguns membros do governo americano".
Para o gabinete sírio, as acusações foram feitas "em resposta à incitação israelense e como um serviço para as ambições expansionistas [de Israel]".
Os chanceleres de seis países do golfo Pérsico, reunidos na Arábia Saudita, pediram o fim das ameaças americanas à Síria.

Presidente "perigoso"
Juntando-se às críticas dos EUA, o premiê israelense, Ariel Sharon, disse numa entrevista publicada ontem que o presidente sírio, Bashar al Assad, é "perigoso" e com inclinação a "erros arriscados" e pediu aos EUA para aumentar a pressão sobre o país.
Sharon pediu que os EUA pressionassem a Síria, principal força política no Líbano, a retirar a milícia do Hizbollah do sul do Líbano e a impedir que grupos radicais palestinos operem em seu território. Mas Sharon não defendeu uma ação militar, dizendo que a Síria pode ser convencida por "diplomacia ou sanções".


Com agências internacionais


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