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EUA não planejam atacar a Síria, dizem Powell e Rice
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, afirmou ontem que o governo americano está preocupado com as políticas da
Síria e do Irã, mas que não existem planos para atacar estes ou
outros países. "Não há uma lista,
não há um plano de guerra agora
para ir e atacar mais alguém com
o propósito de derrubar sua liderança ou com o propósito de impor valores democráticos", disse.
Condoleezza Rice, assessora de
Segurança Nacional do governo
americano, também negou que os
EUA estejam planejando uma nova ação militar. "O presidente já
deixou claro que nem todo problema no Oriente Médio pode ser
tratado da mesma forma", disse.
As declarações de Powell e de
Rice, após dias de ameaças de
membros do governo dos EUA à
Síria, pareceram destinadas a reduzir os temores na região de que,
após derrotar militarmente o Iraque, os EUA pudessem considerar atacar a Síria ou o Irã, países os
quais também acusa de desenvolver armas de destruição em massa. Os EUA também acusam a Síria de dar abrigo a antigos membros do regime de Saddam Hussein que teriam fugido do Iraque
após o início da guerra e de tê-lo
ajudado a se defender contra a invasão dos EUA.
Powell procurou ontem fazer
distinções entre as acusações sobre a Síria e o Irã e sobre o Iraque,
descrito por ele como "um caso
único". "Era um ditador aterrorizando sua população, estuprando
e pilhando seu próprio povo, gastando seu tesouro, mas, além disso, invadindo seus vizinhos e
ameaçando o mundo todo com
armas de destruição em massa",
disse.
Ainda ontem, o secretário da
Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, anunciou a interrupção de
um oleoduto que levava petróleo
ilegalmente do Iraque para a Síria.
Bagdá teria fornecido à Síria cerca
de 200 mil barris de petróleo por
dia nos últimos quatro anos, em
contravenção às sanções das Nações Unidas ao Iraque.
A Síria voltou a rejeitar ontem
as acusações americanas, afirmando que elas teriam sido instigadas por Israel.
Segundo a agência oficial de notícias síria, Sana, o gabinete sírio
"denunciou a linguagem ameaçadora e as acusações falsas dirigidas à Síria por alguns membros
do governo americano".
Para o gabinete sírio, as acusações foram feitas "em resposta à
incitação israelense e como um
serviço para as ambições expansionistas [de Israel]".
Os chanceleres de seis países do
golfo Pérsico, reunidos na Arábia
Saudita, pediram o fim das ameaças americanas à Síria.
Presidente "perigoso"
Juntando-se às críticas dos
EUA, o premiê israelense, Ariel
Sharon, disse numa entrevista publicada ontem que o presidente
sírio, Bashar al Assad, é "perigoso" e com inclinação a "erros arriscados" e pediu aos EUA para
aumentar a pressão sobre o país.
Sharon pediu que os EUA pressionassem a Síria, principal força
política no Líbano, a retirar a milícia do Hizbollah do sul do Líbano
e a impedir que grupos radicais
palestinos operem em seu território. Mas Sharon não defendeu
uma ação militar, dizendo que a
Síria pode ser convencida por "diplomacia ou sanções".
Com agências internacionais
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