DA REUTERS

Um jornalista francês detido durante três dias por seqüestradores no Iraque disse ontem que seus captores eram de diversos grupos insurgentes, entre os quais partidários do ex-ditador Saddam Saddam (sunita) e militantes xiitas.
Alexandre Jourdanov foi seqüestrado no domingo enquanto filmava um documentário para o Canal Plus, da TV francesa, e libertado na quarta-feira.
Em Bagdá, Jourdanov descreveu como ele e seu operador de câmera foram capturados durante um ataque de insurgentes a um comboio americano perto de Latifiya, ao sul da capital.
"Estávamos a caminho de Karbala. Perto da cidade de Latifiya, houve uma grande batalha. A estrada foi bloqueada, carros tentavam recuar. Saltamos do veículo e começamos a trabalhar, a fazer nosso serviço -filmar os acontecimentos."
"Em determinado momento, apareceram soldados americanos para tentar proteger o comboio, cujos veículos estavam queimando. A batalha se intensificou. Acabei separado do meu operador de câmera, que também foi seqüestrado", disse.
"Estava tentando voltar ao carro, que tinha ficado a cerca de 1,5 km de distância, e começaram a atirar contra mim. Tentei me proteger, mas surgiu um veículo do nada, carregando quatro pessoas. Fui atingido, carregado para dentro do carro e levado embora", relatou.

"Tudo muito confuso"
O jornalista afirmou ter sido em geral bem tratado, mas conta que passou por diversas transferências entre diferentes grupos insurgentes.
"Não tive muitos problemas, eles nos alimentavam bem... Não era possível compreender quem estava no comando, quem era quem. Havia grupos diferentes -adeptos de Saddam, o Exército Mehdi [do líder rebelde xiita Moqtada al Sadr], isso, aquilo. Muito confuso."
Jourdanov diz que o último grupo que o manteve cativo incluía alguns membros de partidos islâmicos, que intercederam para conseguir sua libertação.
Ele informou que voltaria para casa, na França, ainda ontem. "Quando você sofre esse tipo de pressão por dias... termina se sentindo vazio quando ela acaba", disse.


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