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ISRAEL
Dinheiro estaria indo a assentamentos sem autorização; Europa e ONU criticam apoio de Bush a Sharon
Procurador israelense corta verba a colônias
DA REDAÇÃO
O procurador-geral de Israel,
Meni Mazuz, determinou ontem
o congelamento das verbas para a
construção de assentamentos judaicos. Ele acusou alguns assentados de desviar ilegalmente recursos para a edificação de colônias
não autorizadas na Cisjordânia.
As dotações para habitações e
benefícios urbanos só voltarão a
ser liberadas depois que uma comissão apurar responsabilidades.
Pinchas Wallerstein, líder dos
assentados na Cisjordânia, criticou o procurador e disse que ele
procura "tirar a legitimidade" da
colonização. Um dos adversários
da colonização em terras árabes,
Yariv Oppenheimer, do grupo
Paz Agora, aplaudiu a decisão e
disse que estava agora provado
que havia desvio de dinheiro.
A decisão de Mazuz coincide
com reações internacionais, em
geral críticas, à decisão dos EUA
de apoiar, anteontem, o plano
unilateral do premiê Ariel Sharon,
que prevê o desmantelamento das
colônias em Gaza, e também, pela
primeira vez, o direito de Israel
manter colônias na Cisjordânia
ocupada.
Em Gaza 7.000 israelenses estão
rodeados por 1,3 milhão de palestinos. Na Cisjordânia, são 230 mil
israelenses num território em que
os palestinos são 2,3 milhões.
ONU e União Européia
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, criticou o apoio de Bush a
Sharon por ambos não terem levado em conta as reivindicações
palestinas. Segundo o porta-voz
Stephane Dujarric, qualquer passo para a paz supõe soluções negociadas entre as partes, levando-se em conta as resoluções do Conselho de Segurança do órgão.
A União Européia, por meio do
ministro do Exterior da Irlanda,
Brian Cowen, disse que não serão
reconhecidas modificações das
fronteiras anteriores a 1967, a não
ser que sejam o resultado de negociações entre as partes.
O presidente francês, Jacques
Chirac, disse rejeitar soluções unilaterais ou mesmo bilaterais que
contrariem a lei internacional.
Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, disse
que "os dirigentes fanáticos de Israel estão enganados, assim como
o estão aqueles que os apóiam".
Disse que os palestinos não abdicariam de suas terras e do direito
de retorno [de refugiados a territórios hoje pertencentes a Israel].
Bush anteontem apoiou ainda
posição israelense de que os cerca
de 4 milhões de refugiados palestinos não voltem ao que é hoje Israel pois isso minaria o caráter judaico do país.
O premiê palestino, Ahmed Korei, sugeriu um encontro de emergência dos quatro patrocinadores, há dois anos, de novo plano
de paz -EUA, União Européia,
Rússia e Nações Unidas. Pediu
também uma reunião extraordinária da Liga Árabe, que ontem
acusou os EUA de tendencioso.
Powell
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, conversou ontem por telefone com o
presidente do Egito, Hosni Mubarak, com o rei Abdullah, da Jordânia, e com Annan. Argumentou
que o encontro de Bush com Sharon "produziu resultados positivos para os palestinos e para a aspiração deles a um Estado".
Powell insistiu que pela primeira vez em 37 anos Israel se comprometeu a desmantelar assentamentos.
Com agências internacionais
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