|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério sai na 2ª e pode ter não-peronistas
DO ENVIADO A BUENOS AIRES
O gabinete que acompanhará Néstor Kirchner só será anunciado na segunda-feira, avisou ontem o presidente eleito, antes de viajar à
Província de Santa Cruz. Significa que Kirchner já deve
ter os nomes na cabeça, porque em Santa Cruz vai dedicar-se a renunciar ao cargo
de governador e a beber nas fontes, costume que mantém desde que estudava direito, nos anos 70.
Em princípio, não haverá, portanto, negociações para a formação do ministério.
Kirchner reafirmou de todo modo o que já dissera anteontem, no seu discurso de
posse antecipado: "Há a possibilidade" de que não-peronistas sejam convidados.
Nomes certos, mesmo, só há dois: Roberto Lavagna,
que continuará no Ministério da Economia, e Alberto Fernández, que foi o chefe de campanha de Kirchner e deverá ser chefe de gabinete.
Também virtualmente certo é o nome de Miguel
Núñez, porta-voz da campanha, para ocupar posto idêntico no governo. Núñez, como Kirchner, tem origem na esquerda peronista.
Para o outro ministério que interessa ao Brasil, o de
Relações Exteriores, tudo o que se sabe é quem não será
ministro. Apesar de ter sido o porta-voz para assuntos
diplomáticos, o embaixador Juan Pablo Lohlé foi descartado. Será, possivelmente,
embaixador no Brasil.
Os candidatos à Chancelaria são o economista Martín Redrado, hoje vice-chanceler, e José Octávio Bordón, primeiro dissidente do menemismo, batido por Menem na reeleição, em 1995.
Redrado prejudicou suas possibilidades por ter dado aos jornalistas uma versão incorreta dos acordos feitos com autoridades brasileiras, durante sua visita ao país na semana passada.
O jornalismo argentino especula com outros nomes.
Ginés González García continuaria na Saúde, Anibal Fernández permaneceria na
Produção, e a irmã mais velha de Kirchner, Alicia, iria para o Bem-Estar Social.
Um nome desde já poderoso no círculo presidencial nem precisa do cargo para
exercer influência: a mulher de Kirchner, a senadora
Cristina Fernández, a quem se atribui o texto do discurso pronunciado anteontem pelo presidente eleito. (CR)
Texto Anterior: Transição na Argentina: Empresariado já critica discurso de Kirchner Próximo Texto: Multimídia - Página 12 - Buenos Aires: Menem pretende tirar legitimidade Índice
|