São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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ESTADOS UNIDOS

Alerta divulgado na madrugada de ontem abrangeu toda a Costa Oeste do país; tremor foi de 7.6 graus

Terremoto e risco de tsunami apavoram a Califórnia

Katie Klingsporn/"The Crescent City Triplicate"/Associated Press
Em Enderts Beach, na Califórnia, pessoas procuram no oceano sinais de tsunami que não ocorreu


DA REDAÇÃO

Um terremoto ocorrido na madrugada de ontem, com intensidade superior a 7 graus na escala Richter, gerou alerta oficial de tsunami em toda a Costa Oeste dos Estados Unidos.
Os tremores foram registrados sob o oceano Pacífico, e o estado de alerta -mantido por cerca de uma hora- abrangeu ainda toda a borda do continente, do Alasca ao México. Não ocorreram mortes nem estragos significativos, divulgou a rede de TV CNN.
Segundo cálculos do Observatório de Ciências da Terra de Estrasburgo, na França, a intensidade registrada atingiu os 7,6 graus. "Tremores assim só ocorrem uma vez em cada década", declarou Lucy Jones, cientista do Serviço Geológico dos Estados Unidos.
A maior tensão diante do episódio ocorreu no Estado da Califórnia, onde a população chegou a sentir o tremor. Além disso, tanto na Califórnia quanto no Estado vizinho de Oregon já ocorreram mortes por ondas gigantes na década de 60.
O pânico diante do alerta foi redobrado pela memória recente dos tsunamis asiáticos, em 26 de dezembro do ano passado.
Em uma das maiores tragédias naturais já ocorridas, um terremoto iniciado no sul da Indonésia levantou ondas gigantes que atingiram onze países. Mais de 200 mil pessoas morreram, e o estado de calamidade da região chamou a atenção do mundo.
O risco de maremoto, entretanto, foi descartado pelas autoridades americanas ainda na madrugada. "O aviso de tsunami e o estado de alerta estão cancelados para Califórnia, Oregon, Colúmbia Britânica (Canadá) e Alasca", informou um boletim do Centro de Alerta de Tsunamis da Costa Oeste dos Estados Unidos.
"O mecanismo que provocou os tremores de ontem se caracteriza pelo movimento horizontal, e não pelo deslocamento vertical que costuma levar aos tsunamis", explicou Ved Lekic, especialista em terremotos da Estação Sismográfica em Berkeley da Universidade da Califórnia.
Mas testemunhas disseram ter visto os prédios tremerem na costa californiana. "A sensação era de rolamento", definiu Jim Andresen, capitão do Corpo de Bombeiros em Humboldt Couty. "Senti tremores piores no passado. Não parecia ser tão ruim, durou cerca de 5 segundos."
A Califórnia nutre temores antigos pelos abalos sísmicos. Entre as metas do instituto geológico do Estado, por exemplo, está a de "planejar e construir comunidades resistentes aos terremotos". Segundo estudos do instituto, o Estado tem um histórico de 200 anos de sismos e enfrenta, em média, um tremor anual com intensidade de 6 graus desde 1850.
Em 1980, um abalo de intensidade similar nas cercanias de Eureka deixou seis mortos e prejuízos de US$ 2 milhões.

Com agências internacionais

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