São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Suicida explode bomba em quartel; em Kirkuk, curdos são acusados de crime étnico contra árabes

Atentados no Iraque matam mais de 40

DA REDAÇÃO

Mais de 40 pessoas morreram vítimas de ações terroristas ontem no Iraque.
No mais violento dos ataques, um homem-bomba entrou num quartel do Exército iraquiano na cidade de Khalis, 70 km ao norte de Bagdá, e acionou os explosivos no refeitório da base, no momento em que os soldados almoçavam. No atentado, cuja autoria foi assumida pela rede terrorista Al Qaeda, 26 militares morreram e mais de 20 ficaram feridos.
Segundo informou o coronel do Exército iraquiano Saleh al Obeidi à agência de notícias Associated Press, o homem-bomba trajava um uniforme militar e estava entre os trabalhadores que executavam uma obra de expansão do refeitório. Ainda de acordo com o coronel Al Obeidi, os explosivos devem ter entrado na base junto do material de construção.
Em Bagdá, um motorista suicida colidiu um carro-bomba em dois carros de polícia. Na explosão, dez pessoas morreram, sendo oito policiais, e mais de 20 outras ficaram feridas.
Também na capital iraquiana, morteiros atingiram um restaurante, causando a morte de cinco iraquianos e ferimentos em oito pessoas. O alvo dos morteiros, segundo a polícia, era um posto policial próximo.
Em Kirkuk, na região norte do país, dois oficiais do esquadrão antiterrorismo do Exército iraquiano e seu motorista foram encontrados mortos, com tiros na cabeça. Os três haviam sido seqüestrados por insurgentes.

Curdos
Também em Kirkuk, policiais e forças de segurança curdos têm aprisionado ilegalmente centenas de árabes e turcomenos, informou o jornal americano "The Washington Post".
Segundo o "Post", que atribui as informações a militares iraquianos e americanos, além de parentes das vítimas, os curdos estão se aproveitando do fato de combaterem insurgentes ao lado dos EUA e, sob os auspícios dos partidos que dominam a Província de Kirkuk, aprisionando pessoas de etnias árabe e turcomena e as transferindo para outras localidades no norte do Iraque.
A motivação dos curdos para essas ações remonta à época da ditadura de Saddam Hussein, que praticava uma política de "arabização" do país, expulsando e matando milhares de curdos. Cerca de 100 mil curdos foram mortos pelo regime de Saddam ao final da Guerra Irã-Iraque (1980-88), como retaliação ao apoio que deram ao Irã no conflito. Agora os curdos querem dar o troco nos árabes e turcomenos e se estabelecer no poder na região de Kirkuk, rica em petróleo.
Políticos árabes de Kirkuk dizem que mais de 200 pessoas foram presas indevidamente, informou a agência de notícias Reuters. O chefe de polícia da cidade negou que as prisões tenham uma motivação étnica, mas a Embaixada dos EUA em Bagdá disse que está a par das ações dos curdos.

Vídeo
O tribunal que vai julgar Saddam Hussein divulgou ontem um vídeo em que três membros do alto escalão do governo de Saddam são interrogados, entre eles seu meio-irmão Sabawi Ibrahim. Na segunda-feira foi veiculada uma gravação em que o próprio Saddam era interrogado.


Com agências internacionais

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