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IRAQUE SOB TUTELA
Suicida explode bomba em quartel; em Kirkuk, curdos são acusados de crime étnico contra árabes
Atentados no Iraque matam mais de 40
DA REDAÇÃO
Mais de 40 pessoas morreram
vítimas de ações terroristas ontem no Iraque.
No mais violento dos ataques,
um homem-bomba entrou num
quartel do Exército iraquiano na
cidade de Khalis, 70 km ao norte
de Bagdá, e acionou os explosivos
no refeitório da base, no momento em que os soldados almoçavam. No atentado, cuja autoria foi
assumida pela rede terrorista Al
Qaeda, 26 militares morreram e
mais de 20 ficaram feridos.
Segundo informou o coronel do
Exército iraquiano Saleh al Obeidi
à agência de notícias Associated
Press, o homem-bomba trajava
um uniforme militar e estava entre os trabalhadores que executavam uma obra de expansão do refeitório. Ainda de acordo com o
coronel Al Obeidi, os explosivos
devem ter entrado na base junto
do material de construção.
Em Bagdá, um motorista suicida colidiu um carro-bomba em
dois carros de polícia. Na explosão, dez pessoas morreram, sendo
oito policiais, e mais de 20 outras
ficaram feridas.
Também na capital iraquiana,
morteiros atingiram um restaurante, causando a morte de cinco
iraquianos e ferimentos em oito
pessoas. O alvo dos morteiros, segundo a polícia, era um posto policial próximo.
Em Kirkuk, na região norte do
país, dois oficiais do esquadrão
antiterrorismo do Exército iraquiano e seu motorista foram encontrados mortos, com tiros na
cabeça. Os três haviam sido seqüestrados por insurgentes.
Curdos
Também em Kirkuk, policiais e
forças de segurança curdos têm
aprisionado ilegalmente centenas
de árabes e turcomenos, informou o jornal americano "The
Washington Post".
Segundo o "Post", que atribui as
informações a militares iraquianos e americanos, além de parentes das vítimas, os curdos estão se
aproveitando do fato de combaterem insurgentes ao lado dos EUA
e, sob os auspícios dos partidos
que dominam a Província de Kirkuk, aprisionando pessoas de etnias árabe e turcomena e as transferindo para outras localidades no
norte do Iraque.
A motivação dos curdos para
essas ações remonta à época da
ditadura de Saddam Hussein, que
praticava uma política de "arabização" do país, expulsando e matando milhares de curdos. Cerca
de 100 mil curdos foram mortos
pelo regime de Saddam ao final da
Guerra Irã-Iraque (1980-88), como retaliação ao apoio que deram
ao Irã no conflito. Agora os curdos querem dar o troco nos árabes e turcomenos e se estabelecer
no poder na região de Kirkuk, rica
em petróleo.
Políticos árabes de Kirkuk dizem que mais de 200 pessoas foram presas indevidamente, informou a agência de notícias Reuters. O chefe de polícia da cidade
negou que as prisões tenham uma
motivação étnica, mas a Embaixada dos EUA em Bagdá disse que
está a par das ações dos curdos.
Vídeo
O tribunal que vai julgar Saddam Hussein divulgou ontem um
vídeo em que três membros do alto escalão do governo de Saddam
são interrogados, entre eles seu
meio-irmão Sabawi Ibrahim. Na
segunda-feira foi veiculada uma
gravação em que o próprio Saddam era interrogado.
Com agências internacionais
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