|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERIGO À MESA
Países recolhem refrigerantes produzidos pela empresa, que admite problemas em duas fábricas na Europa
Bélgica e França proíbem venda de Coca
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
de Paris
Depois da dioxina, a crise da Coca-Cola. Os belgas, que na semana
passada ficaram sem boa parte das
carnes e de derivados de ovos e leite, amanheceram ontem sem poder comprar o refrigerante.
O governo da Bélgica decidiu recolher do mercado nacional as
marcas Coca-Cola, Cherry Coke,
Fanta e Sprite, incluindo as versões
light, além de outras bebidas fabricadas pelo grupo americano. No
total, mais de 15 milhões de garrafas e latas de refrigerantes deixaram bares, restaurantes e prateleiras de supermercados do país.
Ainda ontem, a França também
proibiu a venda de latas de refrigerantes fabricados pela Coca-Cola.
De quinta-feira passada a segunda, pelo menos 101 casos de intoxicação pelo refrigerante foram registrados na Bélgica, nas cidades
de Aarschot, Bornem, Saint-Nicolas, Bruges, Gand, Courtrai et
Lochristi (norte e leste do país).
A maioria dos casos ocorreu entre crianças que consumiram o
produto na escola. Um homem de
Aarschot foi internado após consumir o suco de fruta em lata Minute Maid, também fabricado pelo
grupo Coca-Cola.
Segundo o Ministério da Saúde
da Bélgica, os lotes contaminados
podem provocar a destruição dos
glóbulos vermelhos, responsáveis
pelo transporte de oxigênio no organismo, provocando anemias e
vômitos. Pelo menos uma das pessoas hospitalizadas teve esses sintomas. Em geral, os pacientes sentiram dor-de-cabeça e náuseas.
Dois casos foram registrados na
França. Os refrigerantes foram
consumidos na Bélgica, próximo à
fronteira com a França.
No fim da tarde de ontem, a Coca-Cola Bélgica anunciou que houve contaminações em duas diferentes fábricas.
Segundo o diretor-geral da empresa, Philippe Lenfant, a engarrafadora de Antuérpia utilizou "CO2
não apropriado". A empresa não
detalhou o problema. A Coca-Cola
Bélgica afirma que esse gás foi utilizado apenas nas garrafas de 200
ml de Coca-Cola e Coca-Cola
Light, por um curto período.
Ainda segundo Lenfant, latas de
refrigerante da fábrica de Dunkerque (norte da França) foram impregnadas, no revestimento anticorrosão, por um fungicida. As
pessoas intoxicadas teriam inalado
o fungicida, pois, para a empresa, a
bebida não foi contaminado.
"Não poremos os produtos no
mercado até que tenhamos certeza
de que são bons", disse Lenfant.
Dois terços da Coca-Cola consumida na França saem de Dunkerque. A fábrica também supre dois
terços do mercado belga.
Na Holanda, a própria empresa
suspendeu a comercialização. Luxemburgo proibiu a venda.
Texto Anterior: Com febre: Papa cancela missa para 1 milhão Próximo Texto: Brasil não é afetado Índice
|