|
Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Autoridade Nacional Palestina endurece contra grupos terroristas; ataques aéreos israelenses matam seis
Israel e polícia palestina atacam Hamas
DA REDAÇÃO
Depois de uma série de ataques
terroristas contra alvos israelenses, as forças de segurança palestinas trocaram tiros ontem com
militantes do Hamas na faixa de
Gaza, deixando dois mortos e 25
feridos. O confronto indica uma
mudança nas relações entre o governo da Autoridade Nacional
Palestina e grupos palestinos.
Ataques de Israel com helicópteros mataram seis supostos militantes do grupo terrorista em Salfit, na Cisjordânia, e na cidade de
Gaza. A trégua que vigora há cerca de cinco meses está em risco
depois que seis israelenses foram
mortos nesta semana.
Cinco pessoas morreram na terça num atentado organizado pelo
Jihad Islâmico em Netanya, perto
de Tel Aviv. Anteontem, um míssil lançado contra Netiv Haasara,
perto da divisa com Gaza, matou
a jovem israelense Dana Galkovitch, filha de um brasileiro.
Israel e os EUA pressionam o
presidente da ANP, Mahmoud
Abbas, a neutralizar os terroristas.
A ação da polícia palestina em Gaza indica mudança na política do
presidente da ANP, que sempre se
mostrou relutante em confrontar
os militantes, preferindo trazê-los
para perto do governo.
O chefe da segurança palestina,
Nasser Yousef, disse que suas forças não vão "hesitar" em restabelecer a lei e a ordem e ordenou que
os ataques contra Israel sejam interrompidos a todo custo.
O confronto, porém, aumenta
temores palestinos de uma guerra
civil, e a ANP declarou estado de
emergência em Gaza. O embate
ocorreu no bairro de Zeitoun, depois que as forças de segurança fizeram buscas pelos autores de
ataques. Militantes queimaram
uma delegacia e carros de polícia.
Homens com os rostos cobertos
tomavam as ruas, enquanto a polícia reagia e civis observavam o
embate. Dois adolescentes, de 13 e
17 anos, morreram.
Mas a ação israelense contra os
líderes do Hamas parece ser um
sinal de que o governo de Ariel
Sharon perdeu a paciência com
Abbas. O negociador palestino
Saeb Erekat, por sua vez, condenou os ataques. "Isso acontece no
momento em que estamos tentando manter a ordem e a nossa
autoridade. A única coisa que a
escalada nos ataques faz é minar
esse trabalho."
Ataques de Israel
Israel garante que apenas busca
os envolvidos nos ataques terroristas. "Estamos adotando medidas para acabar com ataques,
uma vez que a ANP se recusa a fazê-lo", disse comunicado do gabinete de Sharon.
Palestinos continuaram atacando alvos israelenses. Pelo menos
19 foguetes caseiros e 34 tiros de
morteiro foram lançados contra
Israel nos últimos dias.
O Hamas afirmou que Israel
"abriu as portas do inferno" com
os ataques. O grupo ameaça pôr
fim ao cessar-fogo e disse que
apenas respondeu a incursões nos
territórios palestinos. "Israel violou a trégua. Não fomos nós", disse Mohammed Ghaza, porta-voz
do grupo.
Retirada
O derramamento de sangue poderá complicar o plano de Sharon
de retirar assentamentos judaicos
na faixa de Gaza, que já enfrenta
forte oposição de setores conservadores. A saída está marcada para agosto.
"A retirada não pode começar
sob fogo", disse o premiê a um canal de TV israelense. "Adotaremos todas as medidas contra o Jihad Islâmico, sem limitações. Não
há chance para um acordo de paz
enquanto o terror continuar."
A secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, anunciou uma
visita ao Oriente Médio para respaldar a retirada israelense e pressionar a ANP. A viagem deverá
ocorrer na próxima semana.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Palestinos se dirigem para guerra civil, diz analista árabe Índice
|