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TERROR EM LONDRES
Magdy al Nashar, detido no Egito, negou ter feito as bombas que mataram 50, segundo autoridades egípcias
Preso suposto químico do ataque a Londres
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
O Egito prendeu um químico
suspeito de ter preparado explosivos usados nos atentados terroristas do dia 7 em Londres, que deixaram mais de 50 mortos. Há
controvérsias sobre a prisão de
Madgy Mahmud Mustafa al Nashar, 33. Segundo fontes do governo egípcio disseram à Associated
Press, o egípcio, que vive em Londres, foi preso há quatro ou cinco
dias. Mas um irmão de Nashar
disse que foi anteontem.
O Reino Unido quer que o Egito
entregue Nashar, em cuja casa,
em Leeds, a polícia disse ter achado elementos químicos explosivos. Mas os egípcios querem saber se há provas contra ele.
Nashar negou participação nos
atentados e disse que estava em
férias no Egito, mas voltaria a
Leeds, cidade inglesa onde viviam
os terroristas já identificados. Ele
dava aulas de química na universidade local e voltou ao Egito uma
semana antes dos atentados.
Ao jornal "Al Gomhuria", o ministro do Interior do Egito, Habib
al Adli, disse que não há nada que
ligue Nashar à rede terrorista Al
Qaeda, diferentemente do que
suspeita a polícia britânica.
O comissário da polícia metropolitana de Londres, Ian Blair,
afirmou que os investigadores esperam encontrar provas da participação da rede Al Qaeda nos ataques. Segundo ele, os quatro terroristas suicidas não passam de
"soldados rasos".
A suspeita britânica é a de que
haja uma rede com profundas ramificações internacionais por trás
dos ataques na capital britânica. A
polícia informou ontem, por
exemplo, que está investigando
uma possível conexão com uma
célula da Al Qaeda no Paquistão.
A polícia britânica teria entregado ao governo paquistanês uma
lista com nomes de suspeitos. Interessa às autoridades britânicas
descobrir informações sobre o
período em que um dos terroristas suicidas cujo nome já foi confirmado, Shehzad Tanweer, 22,
estudou no Paquistão, em 2004.
Hasib Hussain, 22, é o outro terrorista que participou dos ataques. A família de Hussain se disse "devastada" com o que ocorreu. Ele foi descrito como um rapaz "carinhoso e normal".
A família disse ainda que teria
feito qualquer coisa para pará-lo
se soubesse que ele estava planejando um atentado. Foi a mãe de
Hussain que reportou à polícia o
desaparecimento de seu filho no
dia dos atentados. Sua descrição
levou a polícia a concluir que
Hussain havia sido o terrorista
que explodiu um ônibus.
Os outros dois nomes ainda não
confirmados pela polícia são o de
Mohammad Sidique Khan, 30, e o
do jamaicano Lindsey Germaine,
o único da lista que não é cidadão
britânico. Soube-se ontem que Sidique Khan chegou a participar
de uma sessão da Câmara dos Comuns, no ano passado, como
convidado especial.
As autoridades policiais britânicas fizeram ontem um apelo à comunidade muçulmana no Reino
Unido para que cooperasse no
combate ao terrorismo.
O líder do Conselho Muçulmano Britânico, Iqbal Sacranie, afirmou querer que a comunidade dê
"passos concretos" para evitar
que "essas atrocidades" se repitam. As lideranças muçulmanas
representadas pelo conselho soltaram um comunicado em que
descreveram os atentados como
"profundamente criminosos, totalmente repreensíveis e absolutamente não-islâmicos".
Apesar disso, os 22 imãs e estudiosos reunidos na maior mesquita de Londres não condenaram todos os tipos de atentados.
Segundo Sayed Mohammed Musawi, chefe da Liga Islâmica Mundial em Londres, "deve haver uma
clara distinção entre os terroristas
suicidas e aqueles que se defendem de forças de ocupação".
Com agências internacionais
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