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CONE SUL
Acabam os senadores vitalícios
Senado do Chile elimina heranças de Pinochet
DA REDAÇÃO
O Senado do Chile aprovou
nesta semana uma série de emendas constitucionais que põem fim
ao legado autoritário deixado pelo ex-ditador Augusto Pinochet
(1973-90) na Constituição do país.
O pacote de mudanças devolveu ao presidente da República a
prerrogativa de demitir altos comandantes militares e policiais.
Eliminou ainda a vaga de senador
vitalício para ex-presidentes e as
nove vagas de senadores designados pelo Executivo -quatro das
quais eram destinadas aos comandantes aposentados das Forças Armadas e da Polícia Nacional. Também foi reduzida de seis
para quatro anos a duração do
mandato presidencial, tendo sido
mantido o veto à reeleição imediata.
As modificações, que já haviam
sido aprovadas pela Câmara dos
Deputados, serão ratificadas em
uma sessão solene do Congresso
no próximo dia 16 de agosto. Passam, então, à sanção presidencial.
O presidente do Chile, Ricardo
Lagos, disse que a reforma marca
o fim da transição democrática no
país. "Há 20 anos houve um acordo nacional para chegar a um país
mais democrático, 15 anos atrás
começaram os governos democráticos e agora podemos dizer
que a transição do Chile foi concluída", afirmou Lagos.
"Foi um longo caminho para
restabelecer a democracia no Chile, e foi um longo caminho para
descobrir que algum tipo de entendimento mútuo com partidos
do governo e da oposição é possível", acrescentou.
Sete anos após o golpe que instalou seu regime, Pinochet ditou a
Constituição de 1980 para consolidar seu poder. A Carta declarou
proscrito o Partido Comunista e
deu às Forças Armadas o papel de
"garantidoras" da democracia.
A reforma limita o poder considerável que os militares retiveram
após o fim da ditadura, em 1990.
O próprio Pinochet mantivera o
status de comandante militar, e o
presidente que o substituiu foi
impedido, pela lei, de demiti-lo.
Outra mudança aprovada foi a
transformação do Conselho de
Segurança Nacional em um órgão
de assessoramento presidencial.
Até agora, o conselho tinha caráter deliberativo, com os votos dos
comandantes militares e do presidente tendo o mesmo peso.
Eleição
A socialista Michelle Bachelet
aparece na liderança em pesquisa
de intenção de voto para as eleições presidenciais de dezembro
próximo divulgada nesta semana.
O apoio a Bachelet subiu 11 pontos nos últimos seis meses, chegando hoje a 47% segundo pesquisa do Centro de Estudos Públicos com 1.505 pessoas. Em segundo lugar aparece Joaquín Lavín
(União Democrática Independente, de direita), com 21%, seguido de Sebastian Piñera (Renovação Nacional, centro-direita),
com 14%. A margem de erro é de
2,7 pontos percentuais.
Com agências internacionais
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