São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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"Berlusconi, Odeio Você" é coletânea editada pela própria família

Livro reúne insultos a Berlusconi

10.nov.2004 - Andreas Solaro/France Presse
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, no palácio de Chigi, Roma


DA REDAÇÃO

"Falem mal, mas falem de mim." A estratégia parece ter sido adotada na política italiana. Lançado no dia 12, o livro "Berlusconi, Odeio Você" dedica 304 páginas às críticas e aos insultos recebidos pelo premiê italiano, Silvio Berlusconi, desde que ele assumiu o poder, em maio de 2001. Curiosamente, a coletânea é editada pela Mondadori -editora de sua família.
Segundo reportagem do jornal francês "Le Monde" sobre o livro, alguns dos apelidos dados ao premiê são: "charlatão", "vendedor de bugiganga", "analfabeto da democracia", "Rambo da periferia", além de insultos menos originais como "irresponsável", "palhaço", "incapaz" e "louco". A coletânea dá início à campanha para as eleições legislativas de 2006.
Feito a pedido do próprio Berlusconi, o livro apresenta "as ofensas da esquerda ao premiê publicadas pela agência Ansa". O prefácio, escrito pelo jornalista e senador do partido do governo, Força Itália, Paolo Guzzanti, critica a "cultura de ódio" que domina a esquerda.
Entre os autores das críticas aparecem nomes como o do escritor Umberto Eco, o do Prêmio Nobel de Literatura de 1997, Dario Fo, e o do diretor de cinema e ator Nanni Moretti.
Os adjetivos usados com mais freqüência para designar o chefe de governo são: "vulgar", "grosseiro" e "ditatorial".
As citações também são curiosas: "Berlusconi já está cozido, não falta nada além das batatas", disse o líder da oposição de centro-esquerda, Francesco Rutelli, em março de 2005. "Berlusconi é um desastre e ponto final", concluiu Massimo D'Alema, ex-premiê italiano, em julho de 2004.
Os insultos são organizados pelo nome do "insultador", em ordem alfabética. O livro foi criticado por não citar o contexto de cada ofensa e por não incluir as feitas em rádio e TV, que costumam ser mais escandalosas. Outra reclamação feita pela imprensa é que os insultos proferidos por Berlusconi contra seus inimigos não foram citados.

Com agências internacionais

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