São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Vaticano anuncia instruções contra a pedofilia na igreja

Novas regras, consideradas insuficientes por vítimas de abusos, visam a agilizar a resolução de casos graves

Pornografia infantil passa a ser considerada "crime contra a igreja", e a prescrição de atos sobe de 10 para 20 anos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Vaticano divulgou ontem novas instruções que, diz, irão endurecer e agilizar a resposta a "casos mais graves" de abusos sexuais por padres, em nova reação aos escândalos de pedofilia na Igreja Católica [leia ao lado], ocorridos em países como Irlanda e Alemanha.
As instruções determinam que a pornografia infantil seja considerada crime contra a lei da igreja e iguala o tratamento de casos de abusos a doentes mentais ao de abusos de menores.
Também sobe a prescrição de crimes de pedofilia de 10 para 20 anos, contados a partir da maioridade da vítima.
Os processos mais graves serão agilizados porque, segundo a Santa Sé, um padre pedófilo poderá ser expulso da igreja sem a necessidade de um julgamento longo.
Mas a avaliação de especialistas e vítimas de abusos é que as medidas são insuficientes -ou apenas oficializarão práticas já comuns na igreja. Há críticas também à ausência de sanções a bispos que acobertem escândalos.
Ainda assim, as normas compõem o primeiro grande documento do Vaticano a tratar do tema desde que escândalos recentes começaram a eclodir.
Em março, a Santa Sé já havia feito um guia on-line -não um documento oficial- que ordena as dioceses a investigar as suspeitas de pedofilia e a reportar os crimes à Justiça civil.
As normas divulgadas ontem não citam a Justiça civil -a Promotoria de crimes sexuais do Vaticano alegou que os cristãos já estão sob a lei civil independentemente de instruções canônicas.
A ordenação feminina também foi negada. Para a BBC, trata-se de ofensiva contra católicas que pressionam para serem ordenadas.


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