São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Em Bagdá, insurgentes lançam morteiros perto de conferência que escolherá Legislativo provisório

Rebeldes e EUA voltam a lutar em Najaf

DA REDAÇÃO

Milicianos xiitas travaram duros combates com forças americanas e iraquianas ontem em Najaf, depois do fracasso das negociações para um cessar-fogo nos confrontos. Em Bagdá, rebeldes iraquianos lançaram ontem morteiros que atingiram as proximidades do edifício em que líderes iraquianos se reúnem para escolher uma Assembléia Nacional interina, matando duas pessoas.
O Ministério do Interior iraquiano disse que três morteiros atingiram um ponto de ônibus e táxis a poucas centenas de metros do centro de conferências de Bagdá onde ocorre a convenção para escolher o Legislativo. Além dos dois mortos, 17 ficaram feridos.
A conferência, que deve durar três dias e conta com a participação de 1.300 delegados, não foi afetada pelo ataque.
Em Najaf, numerosas explosões atingiram posições dos milicianos próximas aos lugares sagrados da cidade, mas não ficou claro se as forças americanas e iraquianas estavam dando início a um assalto final contra as tropas do clérigo Moqtada al Sadr.
Um foguete caiu perto da parede externa da mesquita de Ali, matando uma pessoa.
O Ministério do Interior disse que emitiu uma ordem para que a mesquita não seja atacada, apesar das suspeitas de que homens de Al Sadr estejam se abrigando ali. Um ataque ao lugar mais sagrado do xiismo poderia provocar indignação entre a população xiita.
Foi o 11º dia de levante em Najaf, rebelião que já s espalhou para sete outras cidades xiitas no sul e no centro do Iraque e ameaça minar a autoridade do primeiro-ministro interino, Iyad Allawi.
Milhares de manifestantes de outras partes do Iraque vieram para Najaf e se juntaram a Al Sadr na mesquita, prometendo atuar como escudos humanos para evitar um ataque contra o templo.
A polícia ameaçou prender jornalistas que se recusem a cumprir as ordens de abandonar a cidade. Apesar de o chefe de polícia de Najaf ter dito que a medida visava à segurança dos repórteres, vários jornalistas afirmam que o propósito é evitar que haja relatos das operações militares.
Falando na conferência em Bagdá, Allawi disse que o Iraque precisa criar instituições democráticas após décadas de ditadura.
Os 1.300 líderes políticos e religiosos que estão na conferência deverão escolher um congresso provisório com cem membros para supervisionar o governo até as eleições, previstas para janeiro.

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