São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Debate após a eleição é marcado por duro bate-boca e troca de insultos

DO ENVIADO A QUITO

A julgar pelas primeiras declarações e confirmado o resultado de boca-de-urna, a longa campanha eleitoral do segundo turno no Equador -seis semanas até 26 de novembro- promete ser marcada pela intensa troca de insultos entre o economista de esquerda Rafael Correa, aliado de Hugo Chávez, e o megaempresário de direita Alvaro Noboa, o homem mais rico do país .
Ontem, ainda antes dos resultados oficiais, os dois promoveram um duro bate-boca durante um programa de TV "Voz y Voto". A seguir, um resumo da altercação entre Noboa, que estava no estúdio de TV, e Correa, em seu comitê de campanha.
Correa: "A gente não acredita mais em cantos de sereia nem em oligarcas que não pagam impostos e dizem que estão preocupados com os pobres. Já passou a época dos enganos, da esmola e do pontapé. Em todo caso, cidadãos, quando forem com as camisetas, medicamento, sacos de arroz, de cimento, porco etc. não deixem de pegar e guardem até um para mim. Mas, na hora de votar, votem pelo seu, pelos cidadãos, não pelos oligarcas, que nos têm oprimido".
Resposta de Noboa: "Ao blá-blá-blá do coronel Correa, respondo: emprego, emprego e mais emprego. Não vagabundagem como ele, que ganha salários sem trabalhar. Trezentas mil casas ao ano, microempresas, agricultura, turismo, saúde mediante a especialização de hospitais. Eu penso que Rafael tem umas poucas qualidades, mas lhe falta umas duas ou três campanhas para amadurecer".
Réplica de Correa: "É o comandante dos paramilitares, porque nos quer fazer colônia dos países estrangeiros. Além disso, sua ignorância sobre história e geopolítica é terrível. Aqui, há um economista que sabe como gerar emprego. E, para isso, é preciso pagar decentemente aos produtores bananeiros, os quais você explora. Para isso, é preciso eliminar o trabalho infantil, os meninos que você contrata em suas fazendas. Com todo o respeito, eu me retiro, porque não estou para debater com qualquer improvisado".
Tréplica de Noboa: "Fugiu, fugiu, fugiu, fugiu! Vou contar o que é economista. Ser economista é aquele que tem 1 milhão de equatorianos trabalhando direta ou indiretamente com ele. Economista não é apenas ser professor e ser funcionário fantasma."
Fim do primeiro round. (FM)


Texto Anterior: Caso Petrobras "segue trâmite", diz ministra
Próximo Texto: Site YouTube registra momentos mais engraçados da "guerra suja" eleitoral
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.