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Debate após a eleição é marcado por duro bate-boca e troca de insultos
DO ENVIADO A QUITO
A julgar pelas primeiras declarações e confirmado o resultado de boca-de-urna, a longa
campanha eleitoral do segundo
turno no Equador -seis semanas até 26 de novembro- promete ser marcada pela intensa
troca de insultos entre o economista de esquerda Rafael Correa, aliado de Hugo Chávez, e o
megaempresário de direita Alvaro Noboa, o homem mais rico
do país .
Ontem, ainda antes dos resultados oficiais, os dois promoveram um duro bate-boca
durante um programa de TV
"Voz y Voto". A seguir, um resumo da altercação entre Noboa, que estava no estúdio de
TV, e Correa, em seu comitê de
campanha.
Correa: "A gente não acredita
mais em cantos de sereia nem
em oligarcas que não pagam
impostos e dizem que estão
preocupados com os pobres. Já
passou a época dos enganos, da
esmola e do pontapé. Em todo
caso, cidadãos, quando forem
com as camisetas, medicamento, sacos de arroz, de cimento,
porco etc. não deixem de pegar
e guardem até um para mim.
Mas, na hora de votar, votem
pelo seu, pelos cidadãos, não
pelos oligarcas, que nos têm
oprimido".
Resposta de Noboa: "Ao blá-blá-blá do coronel Correa, respondo: emprego, emprego e
mais emprego. Não vagabundagem como ele, que ganha salários sem trabalhar. Trezentas
mil casas ao ano, microempresas, agricultura, turismo, saúde
mediante a especialização de
hospitais. Eu penso que Rafael
tem umas poucas qualidades,
mas lhe falta umas duas ou três
campanhas para amadurecer".
Réplica de Correa: "É o comandante dos paramilitares,
porque nos quer fazer colônia
dos países estrangeiros. Além
disso, sua ignorância sobre história e geopolítica é terrível.
Aqui, há um economista que
sabe como gerar emprego. E,
para isso, é preciso pagar decentemente aos produtores bananeiros, os quais você explora.
Para isso, é preciso eliminar o
trabalho infantil, os meninos
que você contrata em suas fazendas. Com todo o respeito, eu
me retiro, porque não estou para debater com qualquer improvisado".
Tréplica de Noboa: "Fugiu,
fugiu, fugiu, fugiu! Vou contar o
que é economista. Ser economista é aquele que tem 1 milhão
de equatorianos trabalhando
direta ou indiretamente com
ele. Economista não é apenas
ser professor e ser funcionário
fantasma."
Fim do primeiro round.
(FM)
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