São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Mineiros sofrem de esgotamento

DA ENVIADA A COPIAPÓ (CHILE)

Havia algo errado com Mario Sepúlveda, percebeu-se na entrevista coletiva dos médicos do Hospital Regional de Copiapó.
Depois de garantir que os mineiros em geral estavam em ótimas condições de saúde, de repente, Jorge Montes, subdiretor médico, soltou: "Sepúlveda está sendo avaliado pela equipe de saúde mental".
O coordenador dos psicólogos que atuaram no resgate, Alberto Iturra, disse que os mineiros saíram da mina "muito esgotados". "Quando se está esgotado, a sensibilidade aumenta ao máximo e as tolerâncias baixam quase ao mínimo."
O psicólogo, que deu orientações aos mineiros sobre como agir face ao assédio da imprensa, disse que eles "precisam de descanso e adaptação". Era a senha para pedir aos jornalistas que se mantivesse em distância "respeitosa" dos mineiros e de suas famílias.
Os nervos, para alguns, estão à flor da pele. Já em casa após ter recebido alta, Edison Peña, 34, fã de Elvis Presley e maratonista (chegava a correr 10 km dentro da mina, para controlar o estresse), desceu até onde estavam os jornalistas para falar de seus medos.
Muito agitado, dizia que seu futuro é "incerto", que tem medo de, daqui a três meses, estar "vendendo doces na praça" e de o governo não fazer nada para ajudá-lo e a seus companheiros. "Tenho medo", repetia.


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