DO ENVIADO ESPECIAL

Enquanto os partidos brigam nas cortes da Flórida, a resposta pode estar chegando do outro lado do oceano.
São os votos em trânsito de eleitores no exterior, não levados muito em conta em eleições menos disputadas, mas que ganharam peso fundamental na disputa presidencial na Flórida, em que a vantagem oficial do republicano George W. Bush sobre o democrata Al Gore é de 300 votos.
De acordo com a lei, os votos do exterior podem chegar por correio até a meia-noite de amanhã. De acordo com a secretária de Estado da Flórida, Katherine Harris, serão contados até a manhã de sábado, quando ela poderia anunciar o resultado oficial da eleição.
O número preciso não é conhecido, uma vez que o voto não é obrigatório nos EUA. Mas estima-se em no máximo 20 mil na Flórida. Até agora, 10 mil votos já foram recebidos de volta, sendo que 4 mil já foram contados por 65 dos 67 condados do Estado e computados na última contagem.
O resto pode decidir tudo. Eles vêm na maioria de militares em serviço fora do país e da comunidade de judeus americanos que moram em Israel, mas têm domicílio eleitoral nos EUA.
Segundo os republicanos, a maioria irá mesmo para eles. Porque, dizem, na eleição de 1996 levaram 54%, contra 40% dos democratas. E os militares tendem a votar mais nos republicanos, ainda mais após Bush ter prometido maior apoio às Forças Armadas durante a campanha.
Já para os democratas, eles têm vantagem. E explicam: entre os militares, a maior parte é não-branca e de não-oficiais, que votam nos democratas; há cerca de 4.000 judeus da Flórida em Israel, de maioria democrata, ainda mais com o vice da chapa de Gore sendo o senador Joseph Lieberman, judeu ortodoxo.
Detalhe: a eleição já pode estar decidida, uma vez que a data-limite para o voto em trânsito no exterior ter sido colocado no correio foi dia 7 de novembro.


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