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ORIENTE MÉDIO
Protestos contra Israel marcam 15 de novembro
Choques com israelenses matam 8 palestinos no "Dia da Independência"
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Tropas israelenses mataram oito palestinos e feriram mais de 75
(18 em estado grave) ontem, em
meio a protestos que recordaram
o 12º aniversário da declaração
simbólica de independência feita
pelo líder palestino Iasser Arafat
no exílio, na Argélia.
Os palestinos haviam adiado a
proclamação de um Estado independente do último dia 13 de setembro para ontem, mas o novo
adiamento e o funeral de três adolescentes palestinos mortos na segunda-feira intensificaram os
confrontos.
Mais de dois terços (68,5%) dos
palestinos apóiam a declaração de
um Estado palestino ainda que isso resulte em uma guerra contra
Israel, segundo pesquisa da Universidade de Bir Zeit, com 1.234
pessoas, divulgada ontem.
"Hoje (ontem) marca o início
do processo de expulsar colonos
armados e soldados israelenses
dos territórios ocupados na Cisjordânia e em Gaza", disse Marwan Barghouthi, líder do Fatah
(grupo político de Arafat) na Cisjordânia. A Autoridade Nacional
Palestina proibiu disparos contra
alvos israelenses a partir de regiões sob controle palestino. A intenção seria evitar bombardeios
contra cidades palestinas.
O premiê israelense, Ehud Barak, reuniu-se com militares, e o
Exército anunciou a detenção de
15 membros do Fatah. "O objetivo é frear a violência e julgar os
que são responsáveis", disse.
O governo disse que deve abandonar sua "política de restrição"
nos choques com palestinos.
Ontem, foi enterrada em Jerusalém Leah Rabin, viúva do premiê
israelense Yitzhak Rabin, assassinado por um extremista judeu em
1995. Ela morreu no último domingo, aos 72 anos, de câncer no
pulmão. A primeira-dama dos
EUA, Hillary Clinton, eleita senadora, e o chanceler russo, Igor
Ivanov, participaram do funeral.
"Ela dedicou a vida inteira à
paz", disse o ex-chanceler israelense Shimon Peres, que, junto
com Arafat e Rabin, recebeu o
Prêmio Nobel da Paz em 94.
Arafat não compareceu, mas
enviou uma mensagem à família
de Rabin, transmitida pela TV.
"Coloco respeitosamente em seu
caixão uma flor da Palestina, renovando meu compromisso com
a paz -a paz dos bravos que
acreditava ser minha escolha inevitável e meu caminho", disse.
"Neste triste momento, afirmo
que há perspectiva de luz e esperança no fim do túnel sombrio."
A chefe do Alto Comissariado
da ONU para os Direitos Humanos, Mary Robinson, que visitou
feridos palestinos, se disse "muito
preocupada com o uso excessivo
de força" por parte de Israel:
"Houve uma quantidade desproporcional de ferimentos na parte
superior dos corpos, com munição real ou balas de borracha disparadas de muito perto. Fiquei
chocada".
A onda de violência já deixou ao
menos 222 mortos e mais de 8.000
feridos -dos quais 1.200 ficarão
incapacitados, segundo cálculos
de Amira Has, do jornal israelense "Haaretz". A grande maioria
das vítimas é palestina.
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