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AMÉRICA LATINA
Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano foi solto sem ferimentos após combates entre soldados e rebeldes
Exército da Colômbia resgata bispo sequestrado
DA REDAÇÃO
Soldados do Exército colombiano resgataram ontem o bispo Jorge Enrique Jiménez, presidente
do Celam (Conselho Episcopal
Latino-Americano), que havia sido sequestrado na segunda-feira,
supostamente por guerrilheiros
das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Segundo o Exército, Jiménez e o
padre Desiderio Orjuela, levados
na segunda-feira quando viajavam em uma estrada perto de Bogotá, foram libertados por volta
das 11h15 (14h15 de Brasília) após
combates entre os soldados e os
sequestradores no município de
Topaipí, a cerca de 60 km ao norte
de Bogotá. Um rebelde foi morto
e outro capturado na ação.
"Este é um grande sucesso para
o Exército", afirmou a ministra da
Defesa, Marta Lucía Ramírez.
"Acho que são muito boas as notícias para o país", afirmou.
Jiménez e Orjuela não foram feridos. Segundo Ramírez, os dois
pareciam cansados, mas em boas
condições de saúde. Eles seriam
levados para uma cidade próxima
para fazer exames médicos.
A ministra disse que o resgate
foi possível graças a informações
passadas pelos moradores da região. O governo havia oferecido
uma recompensa de 100 milhões
de pesos (R$ 135 mil) para informações que pudessem ajudar no
resgate dos dois.
"Trabalhando juntos, as forças
de segurança e a população são
invencíveis", afirmou Ramírez.
O vice-presidente colombiano,
Francisco Santos, agradeceu à família de Jiménez, que autorizou o
governo a fazer a operação de resgate. "Essa operação cumpriu todas as medidas de segurança requeridas para libertar as pessoas
sãs e salvas", disse Santos.
"É um fato positivo que dá um
grande alívio ao povo colombiano
e que demonstra que todos juntos, apoiando a força pública, podemos derrotar esse punhado de
violentos que querem nos encurralar", afirmou.
Vitória
O resgate foi uma grande vitória
para a imagem do governo do
presidente Álvaro Uribe, cuja política de pulso firme para a segurança pública havia sido posta em
xeque após o sequestro.
Após três meses da vigência de
um estado de exceção, o governo
comemorava alguns resultados
concretos na luta contra os grupos armados ilegais, com o aumento nos números de guerrilheiros presos e mortos em combate . O número de sequestros em
setembro havia sido o menor em
um mês desde fevereiro de 1998.
Segundo uma pesquisa do instituto Gallup divulgada no fim de
semana passado, a popularidade
de Uribe havia chegado a 74%,
seu recorde, e, pela primeira vez
desde o início do governo Ernesto
Samper, em 1994, mais colombianos disseram acreditar que a situação do país estava melhorando
do que aqueles que disseram que
as coisas estavam piorando.
Em um discurso a madrugada
de anteontem, Uribe havia criticado as Forças Armadas do país, pedindo mais resultados na luta
contra os grupos armados ilegais.
O presidente havia exigido que os
militares "apertassem os parafusos" e libertassem os dois sacerdotes "sãos e salvos".
O sequestro do bispo havia gerado grande comoção interna e
externa. O papa João Paulo 2º
chegou a fazer um apelo, na terça-feira, para que os guerrilheiros libertassem Jiménez.
O Vaticano expressou ontem
sua satisfação pela libertação de
Jiménez e de Orjuela. O porta-voz
do papa, Joaquín Navarro-Valls,
disse que a igreja espera que o ciclo de violência na Colômbia "termine logo".
O país vive uma guerra civil que
já dura quatro décadas e que se intensificou nos últimos anos. Somente na última década, mais de
40 mil pessoas morreram em consequência dos conflitos.
Com agências internacionais
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