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ÁSIA
Apesar do cargo, dirigente sofrerá a influência Jiang Zemin, seu antecessor, que colocou vários aliados no Politburo
Hu Jintao, 59, é o novo líder do PC chinês
DA REDAÇÃO
O vice-presidente Hu Jintao, 59,
assumiu ontem a liderança do
Partido Comunista da China
(PC), o posto mais importante da
estrutura política do país, o que
fez dele o mais provável candidato a assumir a Presidência em
março de 2003, quando Jiang Zemin, 76, deixará o cargo.
Jiang, que passou a liderança do
PC a Hu, manteve, além da Presidência, o controle da Comissão
Militar Central (CMC), como fez
seu predecessor, Deng Xiaoping.
Com isso, ele deverá tornar-se
uma espécie de eminência parda
da política chinesa. A CMC comanda as Forças Armadas chinesas, que têm cerca de 2,5 milhões
de homens. Jiang foi reeleito para
a liderança da CMC ontem.
Como novo secretário-geral do
partido, Hu, principal expoente
da quarta geração de líderes da
China comunista, deverá guiar o
país num momento de dramáticas mudanças sociais e reformas
econômicas, que foram lançadas
por Deng e por Jiang.
Porém, embora ocupe o cargo
mais importante do país desde
ontem, Hu poderá demorar muitos anos para conseguir livrar-se
da sombra de Jiang, pois, além de
controlar a CMC, o presidente obteve sucesso em sua tentativa de
colocar vários de seus aliados no
Politburo, a mais alta instância do
PC chinês.
"Vamos trabalhar para mostrar
que somos merecedores da confiança de todo o partido e da população chinesa", declarou Hu
em Pequim. Ele afirmou ainda
que todas as pessoas e todos os
grupos étnicos chineses deverão
unir-se para "desenvolver a economia e para modernizar a nação". Ele disse que tudo isso só será possível graças ao trabalho de
seu predecessor, Jiang.
Pela primeira vez na história da
China comunista -que teve início em 1949-, houve uma transferência de poder relativamente
tranquila, sem sobressaltos. A
China é o país mais populoso do
planeta, com mais de 1,2 bilhão de
habitantes.
EUA
O governo americano felicitou o
novo líder do PC chinês e prometeu pressionar Pequim a fazer reformas econômicas, abrindo seus
mercados à competição externa, e
a defender os direitos humanos.
"Estamos ansiosos para trabalhar com a nova equipe. Continuaremos a trabalhar estreitamente com os líderes chineses em
várias áreas. Temos uma importante relação com a China, que inclui direitos humanos, liberdades
religiosas e laços econômicos",
declarou Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca.
Como parte do que chamou de
"diálogo de alto nível entre líderes
americanos e chineses", McClellan disse que o vice-presidente
dos EUA, Dick Cheney, deverá visitar a China no próximo ano. Porém a data da visita oficial ainda
não foi revelada.
Em sua primeira visita a Washington, em maio passado, Hu
disse que "problemas" relacionados a Taiwan, que a China considera uma "Província rebelde",
poderiam atrapalhar a melhora
dos laços entre os EUA e a China.
À época, porém, ele salientou
que a tendência é que essas relações tenham um "futuro brilhante". Sua visita incluiu reuniões
com o presidente George W.
Bush, com Cheney e com outras
autoridades americanas.
Segundo analistas ocidentais e
chineses, a China parece decidida
a melhorar suas relações com os
EUA embora, por enquanto, isso
signifique aceitar uma maior
agressividade de Washington na
cena internacional.
A China apresenta os maiores
índices de crescimento econômico do planeta há cerca de uma década e despendeu bilhões de dólares para modernizar suas Forças
Armadas nos últimos anos.
Mas, mesmo assim, segundo os
analistas, ela parece pouco disposta a entrar em disputas diplomáticas com os EUA atualmente.
Com agências internacionais
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