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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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Templo atingido estava lotado para uma festa

DA REDAÇÃO

A sinagoga de Neve Shalom, no centro de Istambul e a maior da cidade, estava cheia de fiéis no momento da explosão por causa da comemoração de um bar-mitzvá -cerimônia que marca a maioridade religiosa judaica, aos 13 anos.
Segundo relatos, cerca de 300 pessoas estariam no local por causa da festa, em vez das costumeiras 20 a 30.
Istambul, como capital do antigo Império Otomano, tem uma longa história de presença judaica, intensificada após a expulsão dos judeus da Espanha, em 1492. Entre 20 mil e 30 mil judeus vivem na cidade, muitos dos quais ainda falam uma forma medieval de espanhol conhecida como ladino.
A Turquia, majoritariamente muçulmana, tem tradição de tolerância com os judeus. Outros 5.000 judeus vivem em outras regiões turcas. O país mantém fortes laços diplomáticos e militares com Israel e é um dos destinos preferidos de turistas israelenses.
O governo turco disse que o ataque não mudará as políticas do país. "Continuaremos com determinação a nossa luta contra o terrorismo", disse o chanceler Abdullah Gul.
"Todos na Turquia são tratados de forma igual, todos os meus vizinhos são muçulmanos", disse Edi Baruh, cujo pai estava na sinagoga Neve Shalom.
A sinagoga, uma espécie de centro espiritual da comunidade judaica, já havia sido alvo de outros atentados. Em 1986, o local foi invadido por terroristas palestinos armados, que mataram 22 pessoas. Em 1992, um ataque a bomba atribuído ao grupo libanês Hizbollah, apoiado por Síria e Irã, não deixou feridos.
O rabino-chefe da Turquia, Yitzhak Haleva, cujo filho ficou ferido nos atentados de ontem, disse que estava rezando na sinagoga Beit Israel, a cerca de dois quilômetros da Neve Shalom, quando ocorreu a explosão. "Todas as janelas estouraram, e fiquei parado, em estado de choque, no meio de espessa fumaça", disse ele à Rádio Israel.
A frente das duas sinagogas foram praticamente destruídas pelas explosões dos carros-bomba.


Com agências internacionais


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