DA REUTERS

Jacques Chirac, 73, pode se candidatar a um terceiro mandato presidencial consecutivo, disse ontem sua mulher, Bernadette Chirac, em entrevista ao site do semanário "Le Nouvel Observateur", próximo do Partido Socialista.
A candidatura seria inédita na história eleitoral francesa e permitiria, em caso de vitória, que ele permanecesse no poder por longos 15 anos.
Adversários do atual presidente, eleito em 1995 e reeleito em 2002, afirmam que ele teme a perda da imunidade judicial e a possibilidade de ser processado por irregularidades imputadas a sua equipe quando foi prefeito de Paris (1977-1995),
Bernadette qualificou de "vergonhosas" as declarações que classificam seu marido como um político que já pertence ao passado. Ela negou que problemas de saúde o desqualifiquem para um novo mandato no palácio do Elysée.
Há dois anos, em razão de problemas vasculares, Chirac teve a visão afetada, e seus médicos o proibiram de viajar de avião por alguns meses.
Segundo sua mulher, o presidente tomará uma decisão "no primeiro trimestre do ano que vem". Mas essa decisão precisará ser antecipada, porque a UMP, o partido majoritário, de centro-direita, reúne-se em Congresso em janeiro para com certeza lançar a candidatura presidencial do atual ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, ex-aliado e atual desafeto de Chirac.
Os ex-presidentes franceses são membros titulares do Conselho Constitucional, uma versão menos atuante que o STF (Supremo Tribunal Federal) brasileiro. Referindo-se à futura função de seu marido, Bernadette Chirac insistiu categórica que ele deverá integrar o conselho. "Mas apenas daqui a cinco anos", sublinhou.


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