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Disputa opõe Ahmadinejad aos moderados na questão nuclear
DA REDAÇÃO
Há uma forte divisão interna
no Irã sobre a forma de discutir
com o Ocidente o controvertido programa nuclear. Isso
transpareceu nesta semana,
quando o presidente Mahmoud Ahmadinejad, líder da
intransigência, qualificou os
conservadores moderados e
pragmáticos de "traidores".
O presidente mantém por
enquanto o apoio do aiatolá Ali
Khamenei, líder religioso supremo e que encabeça a hierarquia de poder. Mas Khamenei,
diz o "Financial Times", desaprovou o afastamento em outubro do negociador Ali Larijani,
que estaria disposto a fazer
concessões à AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), como forma de desmontar no Conselho de Segurança
da ONU uma terceira onda de
sanções econômicas.
Ahmadinejad também reage
contra dois ex-presidentes moderados. São eles Akbar Hashemi Rafsanjani e Mohammad
Khatami. Este último alertou
há dias para que a política de
confronto poderia levar o Pentágono e Israel a bombardear o
território iraniano.
Nesta semana Rafsanjani fez
discurso de alerta ao lado de
Hossein Mousavian, ex-embaixador na Alemanha e negociador nuclear há até dois anos.
Ele foi preso por dez dias em
maio por suposta espionagem
em favor da embaixada britânica. Rafsanjani não leva a sério a
acusação e rejeita a afirmação
do presidente de que Mousavian foi "espião nuclear".
Um especialista em política
interna iraniana citado pelo
"Financial Times" diz que Ahmadinejad "se comporta como
um paranóico, disposto a neutralizar uma rede de intrigantes que acredita ter se formado
contra ele". Seu medo das dissidências determinou o afastamento de Larijani.
O que está fundamentalmente em jogo é a possibilidade de
baixar as tensões internacionais. Os moderados, na ausência de interlocução com o governo americano, pregam um
diálogo maior com a União Européia. Mas Ahmadinejad acredita que o único interlocutor do
Irã deve ser a AIEA.
Ele insiste em seus discursos
no argumento de que o enriquecimento de urânio e os reatores têm finalidades pacíficas
e que seu país tem todo o direito de montar um parque nuclear para produzir eletricidade. No entanto, informações incompletas à agência nuclear da
ONU alimentam a versão de
que o Irã procura, no fundo,
produzir a bomba atômica.
Com agências internacionais
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