São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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Apoio à economia de mercado cai na AL

Pesquisa mostra ainda menor confiança na democracia; no Brasil, só 43% a vêem como melhor opção

DA REDAÇÃO

Na maior parte da América Latina, a economia de mercado não convenceu: cidadãos ainda buscam Estados que ofereçam maior proteção social e melhor distribuição de renda. É o que revela a última pesquisa da organização Latinobarômetro, feita em 18 países da região, segundo os trechos antecipados ontem pela revista britânica "The Economist". A pesquisa completa será divulgada pela organização hoje, em Santiago.
O panorama descrito pela "Economist" mostra uma queda significativa, na comparação com 2000, da resposta "sim" à pergunta: "A economia de mercado é a melhor para o seu país?", embora pouco mais de metade dos entrevistados tenham preferido essa opção. As maiores quedas aconteceram na Venezuela, no Chile e na Argentina, que registrou o menor apoio à economia de mercado.
Marta Lagos, diretora do Latinobarômetro, disse à "Economist" que o resultado se deve à persistência da pobreza e ao impacto dos discursos esquerdistas de presidentes como Hugo Chávez, da Venezuela.
Brasil, Colômbia e México, no entanto, tiveram aumento da confiança no mercado.
A preferência pela democracia também vem diminuindo no continente, segundo o Latinobarômetro, que perguntou se os entrevistados concordavam com a afirmação de que "a democracia é preferível a qualquer outro tipo de governo".
Na Argentina, o percentual dos que disseram "sim" caiu 11 pontos em relação à pesquisa de 2006 e chegou a 63%. No Chile, apenas 46% (queda de dez pontos) responderam afirmativamente. A popularidade da democracia também diminuiu no Brasil, onde 43% concordaram com a afirmação -queda de três pontos. Para Lagos, o resultado não indica desejo de mudança de sistema, mas sim de maior ação estatal.
O Latinobarômetro perguntou ainda o quão satisfeitos os entrevistados se sentem com o funcionamento da democracia em seus países. O pior resultado foi o do Paraguai, e o melhor, o do Uruguai. A democracia no Brasil teve o quarto pior índice de aprovação, e a Venezuela, o segundo melhor. No geral, apenas 37% se disseram satisfeitos.
Mesmo assim, menos de um quinto dos entrevistados concordou com a afirmação de que "em certas circunstâncias um governo autoritário pode ser preferível a um democrático". No México e no Brasil, o apoio ao autoritarismo caiu para 17%.


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