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Apoio à economia de mercado cai na AL
Pesquisa mostra ainda menor confiança na democracia; no Brasil, só 43% a vêem como melhor opção
DA REDAÇÃO
Na maior parte da América
Latina, a economia de mercado
não convenceu: cidadãos ainda
buscam Estados que ofereçam
maior proteção social e melhor
distribuição de renda. É o que
revela a última pesquisa da organização Latinobarômetro,
feita em 18 países da região, segundo os trechos antecipados
ontem pela revista britânica
"The Economist". A pesquisa
completa será divulgada pela
organização hoje, em Santiago.
O panorama descrito pela
"Economist" mostra uma queda significativa, na comparação
com 2000, da resposta "sim" à
pergunta: "A economia de mercado é a melhor para o seu
país?", embora pouco mais de
metade dos entrevistados tenham preferido essa opção. As
maiores quedas aconteceram
na Venezuela, no Chile e na Argentina, que registrou o menor
apoio à economia de mercado.
Marta Lagos, diretora do Latinobarômetro, disse à "Economist" que o resultado se deve à
persistência da pobreza e ao
impacto dos discursos esquerdistas de presidentes como Hugo Chávez, da Venezuela.
Brasil, Colômbia e México,
no entanto, tiveram aumento
da confiança no mercado.
A preferência pela democracia também vem diminuindo
no continente, segundo o Latinobarômetro, que perguntou
se os entrevistados concordavam com a afirmação de que "a
democracia é preferível a qualquer outro tipo de governo".
Na Argentina, o percentual
dos que disseram "sim" caiu 11
pontos em relação à pesquisa
de 2006 e chegou a 63%. No
Chile, apenas 46% (queda de
dez pontos) responderam afirmativamente. A popularidade
da democracia também diminuiu no Brasil, onde 43% concordaram com a afirmação
-queda de três pontos. Para
Lagos, o resultado não indica
desejo de mudança de sistema,
mas sim de maior ação estatal.
O Latinobarômetro perguntou ainda o quão satisfeitos os
entrevistados se sentem com o
funcionamento da democracia
em seus países. O pior resultado foi o do Paraguai, e o melhor,
o do Uruguai. A democracia no
Brasil teve o quarto pior índice
de aprovação, e a Venezuela, o
segundo melhor. No geral, apenas 37% se disseram satisfeitos.
Mesmo assim, menos de um
quinto dos entrevistados concordou com a afirmação de que
"em certas circunstâncias um
governo autoritário pode ser
preferível a um democrático".
No México e no Brasil, o apoio
ao autoritarismo caiu para 17%.
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