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Israel quer escudo antimísseis para 2015
Conclusão do sistema coincidiria com data em que israelenses estimam que o Irã terá armamentos nucleares
EUA oferecem pacote de benefícios para Israel suspender construção de colônias judaicas na região da Cisjordânia
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo israelense
anunciou ontem que implantará até 2015 um escudo completo de defesa antimísseis
capaz de proteger o país de
possíveis ataques do Irã, da
Síria e outros países árabes.
O projeto deve começar a
funcionar em 2015. Esta é o
prazo que a inteligência israelense estima que Teerã levará para desenvolver e operar armas nucleares.
O escudo inclui dois principais sistemas de interceptação de mísseis, um contra
foguetes de curta distância
disparados por países vizinhos e outro contra mísseis
balísticos de longo alcance.
Em 2006, durante a guerra
do Líbano, Israel criou um
primeiro sistema para abater
foguetes de curta distância,
capazes de atingir entre 5 e
70 quilômetros de distância.
Esse equipamento está sendo ampliado para derrubar
foguetes maiores e deve ficar
pronto em 2013.
Em uma segunda frente,
Israel está aprimorando seu
programa Arrow (Flecha)
-destinado a defender o país
de eventuais mísseis de longo alcance disparados por Irã
ou Síria e que, segundo Israel, já funciona há dez anos.
A novidade será um satélite suicida que fica em órbita
sobre o país e colide contra
eventuais mísseis balísticos
em altitudes elevadas.
"Mesmo se o Arrow errar o
alvo, isso será longe o suficiente da fronteira de Israel
para que uma segunda interceptação seja feita", disse
Yoav Turgeman, diretor do
projeto na estatal IAI (sigla
de Indústria Aeroespacial Israelense).
O sistema de defesa seria,
em tese, eficiente inclusive
contra mísseis nucleares, na
medida em que os resíduos
da bomba queimariam na atmosfera sem oferecer riscos
de exposição à radiação para
a população na superfície.
O desenvolvimento do
projeto Arrow está sendo
apoiado pelos EUA e deve ficar pronto entre 2014 e 2015.
O projeto todo indica uma
mudança na estratégia de defesa de Israel -que antes era
inteiramente voltada para
impedir que seus inimigos
adquirissem armamento nuclear e agora investe na proteção conta mísseis.
ASSENTAMENTOS
O governo dos EUA ofereceu ao primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu,
um pacote de ajuda militar e
diplomática em troca de um
congelamento de 90 dias na
construção de assentamentos judeus na Cisjordânia.
A oferta americana tenta
reativar as negociações de
paz entre palestinos e israelenses iniciadas em setembro
e já paralisadas por conta do
reinício das construções de
assentamentos.
Entre os benefícios oferecidos pelo governo de Barack
Obama estão a venda de 20
aviões de caça F-35, no valor
de US$ 3 bilhões, e a promessa de apoio político a Israel
em fóruns internacionais.
A proposta encontrou resistência em membros da ultradireita do governo israelense. Só 7 dos 15 ministros
do gabinete de Segurança de
Israel -incluindo Netanyahu- estariam dispostos a votar a favor da proposta.
Mas, como dois ministros
devem se abster da votação,
Netanyahu deve ser capaz de
aprovar a proposta de congelamento das construções.
As ações dele foram aplaudidas ontem pela secretária
de Estado dos EUA, Hillary
Clinton. Segundo ela, a simples análise da proposta por
Israel já é "um elemento muito promissor e representa um
esforço sério do primeiro-ministro de Israel".
Contudo, o acordo abrange apenas as construções na
área da Cisjordânia e não impede que novas colônias sejam erguidas em Jerusalém.
Isso causou descontentamento entre os palestinos,
que exigem a suspensão total
das construções para retornar à mesa de negociação.
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