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OPINIÃO
País segue com
a política da "opacidade'
BERND DEBUSMANN
DA REUTERS, EM WASHINGTON
Pelas quatro últimas décadas, há um elefante na
sala sempre que especialistas e membros de governos se reúnem para discutir armas nucleares. O elefante é o arsenal nuclear
que Israel criou e mantém
não declarado sob uma
política de "opacidade nuclear" que funciona sob
aprovação dos EUA.
A existência das armas
nucleares não é confirmada ou negada. Essa política fazia sentido há 40
anos, mas já deixou de ser
útil, conflita com os valores democráticos de Israel
e deveria ser abandonada.
É o que argumenta Avner Cohen, um dos maiores especialistas no programa nuclear israelense,
em seu livro "The Worst-Kept Secret" (O Pior Segredo, em tradução livre).
Cohen diz ser quase impossível prever o desfecho
do duelo entre Irã e Ocidente. Mas caso o Irã se
dispusesse a negociar,
concordaria com concessões apenas se elas ocorressem em base regional,
para estabelecer uma região sem armas nucleares.
"Israel poderia ser pressionado a fazer sua contribuição, possivelmente até
fechando o reator nuclear
de Dimona, como preço
pela suspensão das atividades em Natanz [no Irã]."
Dimona e Natanz são raramente mencionados
juntos, mas ambos eram
secretos até serem revelados contra a vontade dos
respectivos governos.
Cohen diz que as revelações não tiveram impacto
suficiente para abalar a
postura adotada pelo país.
Assim, a postura israelense sobreviveu, assim
como o monopólio sobre
as armas nucleares no
Oriente Médio. E seu governo não deixa dúvidas
de que pretende mantê-lo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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