São Paulo, terça-feira, 16 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

OPINIÃO

País segue com a política da "opacidade'

BERND DEBUSMANN
DA REUTERS, EM WASHINGTON

Pelas quatro últimas décadas, há um elefante na sala sempre que especialistas e membros de governos se reúnem para discutir armas nucleares. O elefante é o arsenal nuclear que Israel criou e mantém não declarado sob uma política de "opacidade nuclear" que funciona sob aprovação dos EUA.
A existência das armas nucleares não é confirmada ou negada. Essa política fazia sentido há 40 anos, mas já deixou de ser útil, conflita com os valores democráticos de Israel e deveria ser abandonada.
É o que argumenta Avner Cohen, um dos maiores especialistas no programa nuclear israelense, em seu livro "The Worst-Kept Secret" (O Pior Segredo, em tradução livre).
Cohen diz ser quase impossível prever o desfecho do duelo entre Irã e Ocidente. Mas caso o Irã se dispusesse a negociar, concordaria com concessões apenas se elas ocorressem em base regional, para estabelecer uma região sem armas nucleares.
"Israel poderia ser pressionado a fazer sua contribuição, possivelmente até fechando o reator nuclear de Dimona, como preço pela suspensão das atividades em Natanz [no Irã]."
Dimona e Natanz são raramente mencionados juntos, mas ambos eram secretos até serem revelados contra a vontade dos respectivos governos.
Cohen diz que as revelações não tiveram impacto suficiente para abalar a postura adotada pelo país.
Assim, a postura israelense sobreviveu, assim como o monopólio sobre as armas nucleares no Oriente Médio. E seu governo não deixa dúvidas de que pretende mantê-lo.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


Texto Anterior: Israel quer escudo antimísseis para 2015
Próximo Texto: Foco: Utah julga homem por raptar e estuprar garota por 9 meses
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.