São Paulo, terça-feira, 16 de novembro de 2010

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FOCO

Utah julga homem por raptar e estuprar garota por 9 meses

Chris Detrick - 10.nov.2010/Associated Press
Elizabeth Smart deixa tribunal em Salt Lake City, em Utah, acompanhada dos seus pais

DE SÃO PAULO

A Justiça do Estado americano de Utah julga o caso de um réu que manteve cativa por nove meses uma menina sequestrada em nome de supostas revelações religiosas recebidas que o ordenavam que possuísse 49 mulheres.
Brian David Mitchell é acusado de sequestrar e estuprar várias vezes Elizabeth Smart, à época com 14 anos. Smart concluiu ontem o seu depoimento ante o júri, em Salt Lake City, sobre o período em que foi mantida em cativeiro.
Advogados de Mitchell admitem que o réu a manteve raptada por nove meses. Mas alegam que as revelações religiosas que ele diz ter recebido configuram alucinações e que, portanto, ele deve ter insanidade declarada.
No seu relato, iniciado na semana passada, Smart disse que foi obrigada a se "casar" com Mitchell, em uma cerimônia presidida pelo próprio réu, logo depois de ser raptada, em 5 de junho de 2002.
Durante os nove meses em que esteve sequestrada, foi obrigada a acompanhar o réu e sua primeira mulher, Wanda Barzee, durante idas até Salt Lake City, passeios por parques, jantares e outras refeições em restaurantes e até mesmo viagens à Califórnia.
Durante as viagens -a vítima era na maior parte do tempo mantida presa numa casa de campo-, Mitchell, segundo o relato, procurava por uma terceira mulher.
O acusado obrigava Smart e sua mulher a andarem com os rostos cobertos e justificava o uso das vestimentas com os argumentos religiosos. Em uma ocasião, impediu dessa forma que um policial que os parou visse o rosto de Smart.
Mitchell dizia que o fato de não ser descoberto provava que tinha proteção de Deus.
Mitchell foi descoberto pela polícia -após uma intensa busca- em março de 2003, quando se dirigia para a casa de campo com Smart e a mulher e foi visto no caminho.
Os policiais separaram Smart do casal e começaram a fazer perguntas, finalmente descobrindo sua identidade.


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