São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 |
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Coreia do Norte teria usinas secretas Funcionários de Washington e de Seul dizem que programa nuclear de Pyongyang é mais avançado que o do Irã Para principal assessor nuclear da Casa Branca, meta agora é impedir a venda de tecnologia a países do Oriente Médio
DE SÃO PAULO O governo dos EUA acredita que a Coreia do Norte possua tecnologia nuclear mais avançada do que o Irã e que o país deva ter mais instalações nucleares secretas, além da que foi revelada em novembro a um cientista americano. Segundo o "New York Times", funcionários de Washington e da Coreia do Sul têm feito comentários públicos a respeito da capacidade nuclear de Pyongyang -e demonstraram preocupação. Muitos deles, como o embaixador dos EUA na AIEA, a agência nuclear da ONU, Glyn Davies, acreditam que a usina de Yongbyon -que tem mais de mil centrífugas- não poderia ter sido construída tão rapidamente se não existisse uma rede sofisticada de outras instalações secretas no país. Pyongyang teria combustível para ser usado em 6 a 12 armas nucleares e já realizou dois testes nucleares. O regime comunista alega que a instalação recém-revelada fornecerá combustível para reatores de geração de energia -mesmo argumento utilizado pelo Irã para justificar seu programa nuclear. Porém, a Coreia do Norte não possui tais reatores, e a preocupação é que, se a usina de Yongbyon for usada para produzir urânio altamente enriquecido, pode ajudar o país a aumentar seu arsenal nuclear. Alguns funcionários dos EUA dizem que a revelação da instalação ao especialista Siegfried Hecker pode ter sido uma propaganda direcionada a países interessados em obter tecnologia nuclear. O mesmo temor foi explicitado sexta-feira por Gary Samore, principal assessor nuclear da Casa Branca. Para ele, a estratégia americana agora deve ser "garantir que os norte-coreanos não vendam [centrífugas nucleares] para o Oriente Médio". Pyongyang já tentou ajudar a Síria a construir um reator nuclear, que foi destruído por Israel em 2007. IRÃ Samore também disse, pela primeira vez, que o programa norte-coreano "aparenta ser muito mais avançado e eficiente do que o iraniano". Relatórios da AIEA indicam que Teerã tem feito experimentos com centrífugas avançadas, mas ainda não as instalou em escala industrial -apesar de anos de esforços para fazê-lo. As declarações sugerem que Pyongyang conseguiu driblar as sanções econômicas e tentativas de interceptar cargas aéreas e marítimas do país, iniciados no governo de George W. Bush e reforçados em 2009 pelo Conselho de Segurança da ONU após seu segundo teste nuclear. Apesar da pressão internacional, o jornal sul-coreano "Chosun Ilbo" revelou ontem que a Coreia do Norte estaria se preparando para realizar um terceiro teste. Citando fonte da inteligência de Seul, o jornal afirma que um túnel, que está sendo cavado no local em que os testes são realizados, poderia ser finalizado em março. Mas o Ministério de Relações Exteriores sul-coreano negou que existam evidências de que o Norte esteja se preparando para novo teste. Com agências de notícias Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Exercício de defesa civil deixa Seul deserta Índice | Comunicar Erros |
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