DA REDAÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem em Nova York, onde se encontrou com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, que os venezuelanos precisam "se ajustar à Constituição" se quiserem tirá-lo do poder. Ele disse ainda que deixará a Presidência se for derrotado em um referendo "previsto pela Constituição para agosto". A oposição deseja antecipar o referendo, para 2 de fevereiro, o que Chávez diz que é inconstitucional.
Em uma entrevista após seu encontro com Annan, Chávez acusou a oposição de ser um "movimento subversivo" e de recorrer a "métodos terroristas". "Isso foi o que eu disse a Kofi Annan", afirmou. "Não se muda um regime democrático às custas de chantagem e de terror", disse.
A oposição promove desde 2 de dezembro uma greve geral para forçar Chávez a renunciar ou a convocar eleições antecipadas. Seu mandato termina em 2007.
Chávez disse que Annan manifestou, durante a reunião, a intenção de nomear um enviado especial para ajudar os esforços de mediação do diálogo na Venezuela.
Cerca de 200 pessoas protestaram numa praça próxima à ONU contra a presença de Chávez no local, enquanto um grupo um pouco menor de chavistas declarava apoio ao presidente.
O Banco Central da Venezuela suspendeu ontem seus leilões diários de dólar. O bolívar, a moeda local, já caiu 22,95% em relação ao dólar desde o início da greve geral.


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