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ÁSIA
País deve colaborar, não desafiar, diz diretor da AIEA
Coréia do Norte faz "chantagem nuclear", acusa líder de inspetores
DA REDAÇÃO
O egípcio Mohammed ElBaradei, diretor da AIEA (Agência Nuclear de Energia Atômica), acusou a Coréia do Norte de estar fazendo "chantagem nuclear", minando os esforços para resolver o
impasse entre o país e os EUA.
Mas ele disse que ainda há esperança para uma solução da crise
nuclear norte-coreana.
"A Coréia do Norte deve entender que não há espaço para diálogo por meio de atitudes irresponsáveis", disse ElBaradei após se
reunir com autoridades russas,
em Moscou, para discutir o tema.
Segundo o diretor da AIEA, "a
comunidade internacional está
disposta a examinar favoravelmente os problemas de segurança
e as necessidades econômicas da
Coréia do Norte, mas não agirá
caso se depare com uma chantagem nuclear".
Para ElBaradei, a única saída
para a Coréia do Norte "é a colaboração, não o desafio". "Ainda
há elementos para a solução do
problema."
Os EUA suspenderam em novembro o envio de combustível
para a Coréia do Norte, depois
que Pyongyang reconheceu, segundo os EUA, que desenvolvia
um programa nuclear militar secreto. Os norte-coreanos negam.
Em resposta à medida americana, a Coréia do Norte expulsou os
inspetores da AIEA, reativou o
principal reator nuclear do país,
desligado desde 1994, e anunciou
sua saída do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Autoridades da Rússia, após a
conversa com ElBaradei, decidiram enviar o vice-chanceler Alexander Losyukov a Pyongyang.
Ele fará uma escala em Pequim. A
Rússia sempre teve boas relações
com a Coréia do Norte, e a China
se ofereceu para sediar possíveis
negociações envolvendo americanos e norte-coreanos.
Coréia do Sul
A Coréia do Sul afirmou ontem
que o país está preparado para o
pior cenário, que seria o de uma
guerra na península coreana, caso
as saídas diplomáticas fracassem.
O ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jun, disse ao Parlamento
que, "se a crise nuclear envolvendo a Coréia do Norte não puder
ser resolvida pacificamente e os
EUA decidirem atacar o país, então uma guerra na península coreana será inevitável". Segundo
ele, "o Exército sul-coreano já está
preparado para o pior cenário".
O enviado dos EUA para a Ásia,
James Kelly, disse ontem em Pequim que toda a comunidade internacional concorda que a península coreana deve ficar livre
das armas nucleares. Mas acrescentou que esse será um processo
demorado.
"Será um processo lento, para
termos certeza de que faremos tudo da maneira correta", disse
Kelly após se reunir com autoridades chinesas.
"Teremos de dialogar mais e
nos comunicarmos com outras
pessoas, inclusive os norte-coreanos. Será preciso ser muito claro
para que consigamos um acordo
no final", disse Kelly, que seguiu
para Cingapura.
O objetivo dos EUA, segundo
diplomatas da região, é que a China, um dos poucos países que ainda se mantém próximos da Coréia do Norte, exerça pressão sobre Pyongyang.
A Coréia do Sul, ao lado do Irã e
do Iraque, integra o que o presidente dos EUA, George W. Bush,
denomina como sendo o "eixo do
mal". Mas o governo americano
tem mostrado disposição para
negociar com os norte-coreanos,
o que não ocorre em relação ao
Iraque.
Com agências internacionais
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