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"Iraque deve fazer mais", diz chefe dos inspetores
DA REDAÇÃO
O chefe dos inspetores de armas
da ONU, Hans Blix, advertiu ontem que o Iraque deve aumentar
sua cooperação para evitar uma
possível guerra. O Iraque prometeu cooperar, mas criticou a atuação dos inspetores, acusando-os
de agir como espiões.
"O Iraque precisa fazer mais do
que já fez até agora", disse o sueco
Blix. "Eles precisam ser mais ativos para convencer o Conselho de
Segurança de que não possuem
armas de destruição em massa."
Ele pediu a Bagdá que apresentasse mais provas da destruição
de suas armas e concedesse aos
cientistas maior liberdade para
entrevistar envolvidos nos programas de armas do país. A situação é "muito perigosa", observou.
"Se o Iraque tem tanta certeza
de que não tem nada a esconder,
então deve estar ansioso para que
os entrevistados sejam ouvidos
sem nenhum tipo de intimidação", afirmou. "A guerra no Iraque pode ser evitada, e a responsabilidade está basicamente do lado de Saddam Hussein."
O vice-presidente iraquiano,
Taha Yassin Ramadan, disse que,
para Bagdá, as equipes de inspeção trabalham "de forma a acumular dados de inteligência".
As autoridades iraquianas atacaram também a forma como os
inspetores invadiram a residência
de dois cientistas nucleares ontem
em Bagdá. Disseram que as equipes internacionais estavam violando os direitos humanos dessas
pessoas, ao entrar em suas casas
sem ordem judicial.
Apesar da tensão, o Iraque tenta
manter um clima de cordialidade.
Bagdá deseja mostrar cooperação
com a comunidade internacional
e, dessa forma, enfraquecer os argumentos dos EUA em sua defesa
de uma solução militar.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, voltou a criticar Saddam. Disse que a paciência de
Washington "algum dia vai se esgotar". Os americanos não tiveram sucesso ontem em sua tentativa de alterar o cronograma de
entrega de relatórios sobre inspeções à ONU. A manobra poderia
antecipar o início da guerra.
O chanceler russo, Igor Ivanov,
afirmou estar preocupado com o
aumento da pressão americana
sobre os inspetores de armas. A
Rússia, assim como outros países
da Europa (França e Alemanha
entre eles), exige que seja dado
mais tempo à missão da ONU que
busca armas de destruição em
massa no Iraque.
"Adotamos por unanimidade a
resolução 1441 [que prevê o desarmamento iraquiano] e concordamos em prestar toda a ajuda necessária ao trabalho dos inspetores, e não colocar pressão sobre
eles", afirmou Ivanov.
Com agências internacionais
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