São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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MISSÃO NO CARIBE

Na Argentina, integrantes da missão da ONU pressionam pelo pleito em 7 de fevereiro; Jordânia apóia o Brasil

Latino-americanos defendem ação no Haiti

DE BUENOS AIRES
DE NOVA YORK


Em reunião "de urgência" convocada pela Chancelaria argentina, a ONU, a OEA (Organização dos Estados Americanos) e sete países latino-americanos que integram a missão de estabilização no Haiti afirmaram ontem que há condições técnicas e logísticas para que ocorram eleições em 7 de fevereiro (primeiro turno).
"Haverá eleições. As condições técnicas e logísticas estão dadas. Não há razão para postergá-las", afirmou o embaixador chileno Juan Gabriel Valdés, que é o chefe diplomático da ONU no Haiti, mas pretende deixar o posto após terminado o processo eleitoral. A Folha apurou que os países sul-americanos planejam indicar um uruguaio para o cargo.
Valdés, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e os representantes de Brasil, Argentina, Peru, Equador, Guatemala, Uruguai e Chile reafirmaram o compromisso da comunidade internacional de apoiar o vencedor qualquer que seja o resultado e o de não abandonar o país após o processo eleitoral.
O governo brasileiro envia amanhã a Porto Príncipe Ricardo Seitenfus, especialista em relações internacionais e diretor da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma). Sua missão é acompanhar o pleito e preparar um relatório sobre a situação política.
A eleição no Haiti já foi adiada quatro vezes, motivo da "profunda preocupação" e da pressão pela manutenção da data manifestada ontem. Problemas como a distribuição de cédulas eleitorais motivaram os atrasos anteriores.
Segundo Valdés, 80% das cédulas eleitorais, de um total de 3,5 milhões, serão distribuídas até o dia 7. Afirmou que só a eleição pode contribuir para o controle ao largo prazo da criminalidade.

Sabatina na ONU
Sem concorrência real de outros países, os generais brasileiros José Elito Carvalho Siqueira, 59, e Jeannot Jansen da Silva Filho, 58, chegaram ontem a Nova York para as entrevistas nas Nações Unidas -etapa final do processo formal de seleção para o novo comandante da missão de estabilização no Haiti (Minustah).
A Jordânia, país com o maior contingente no Haiti, afirmou ontem que não tem aspirações ao cargo e que apóia a permanência do Brasil à frente da operação depois do suicídio do general Urano Teixeira da Matta Bacellar, 57, no sábado, dia 7 de janeiro.
Segundo informações do Departamento de Operações de Paz, a homologação do nome do general selecionado deve sair "o mais rapidamente possível", com o anúncio provavelmente hoje. Os generais brasileiros seriam entrevistados ontem no final da tarde.
Ontem, um alto funcionário da missão jordaniana na ONU disse à Folha que apóia ambos os candidatos. "Não temos nenhuma crítica à forma como a missão está sendo conduzida. Apoiamos os candidatos brasileiros", disse.
(FLÁVIA MARREIRO E LEILA SUWWAN)

Colaborou FABIANO MAISONNAVE, da Reportagem Local


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