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MISSÃO NO CARIBE
Na Argentina, integrantes da missão da ONU pressionam pelo pleito em 7 de fevereiro; Jordânia apóia o Brasil
Latino-americanos defendem ação no Haiti
DE BUENOS AIRES
DE NOVA YORK
Em reunião "de urgência" convocada pela Chancelaria argentina, a ONU, a OEA (Organização
dos Estados Americanos) e sete
países latino-americanos que integram a missão de estabilização
no Haiti afirmaram ontem que há
condições técnicas e logísticas para que ocorram eleições em 7 de
fevereiro (primeiro turno).
"Haverá eleições. As condições
técnicas e logísticas estão dadas.
Não há razão para postergá-las",
afirmou o embaixador chileno
Juan Gabriel Valdés, que é o chefe
diplomático da ONU no Haiti,
mas pretende deixar o posto após
terminado o processo eleitoral. A
Folha apurou que os países sul-americanos planejam indicar um
uruguaio para o cargo.
Valdés, o secretário-geral da
OEA, José Miguel Insulza, e os representantes de Brasil, Argentina,
Peru, Equador, Guatemala, Uruguai e Chile reafirmaram o compromisso da comunidade internacional de apoiar o vencedor
qualquer que seja o resultado e o
de não abandonar o país após o
processo eleitoral.
O governo brasileiro envia amanhã a Porto Príncipe Ricardo Seitenfus, especialista em relações
internacionais e diretor da Faculdade de Direito de Santa Maria
(Fadisma). Sua missão é acompanhar o pleito e preparar um relatório sobre a situação política.
A eleição no Haiti já foi adiada
quatro vezes, motivo da "profunda preocupação" e da pressão pela manutenção da data manifestada ontem. Problemas como a distribuição de cédulas eleitorais
motivaram os atrasos anteriores.
Segundo Valdés, 80% das cédulas eleitorais, de um total de 3,5
milhões, serão distribuídas até o
dia 7. Afirmou que só a eleição
pode contribuir para o controle
ao largo prazo da criminalidade.
Sabatina na ONU
Sem concorrência real de outros
países, os generais brasileiros José
Elito Carvalho Siqueira, 59, e
Jeannot Jansen da Silva Filho, 58,
chegaram ontem a Nova York para as entrevistas nas Nações Unidas -etapa final do processo formal de seleção para o novo comandante da missão de estabilização no Haiti (Minustah).
A Jordânia, país com o maior
contingente no Haiti, afirmou ontem que não tem aspirações ao
cargo e que apóia a permanência
do Brasil à frente da operação depois do suicídio do general Urano
Teixeira da Matta Bacellar, 57, no
sábado, dia 7 de janeiro.
Segundo informações do Departamento de Operações de Paz,
a homologação do nome do general selecionado deve sair "o mais
rapidamente possível", com o
anúncio provavelmente hoje. Os
generais brasileiros seriam entrevistados ontem no final da tarde.
Ontem, um alto funcionário da
missão jordaniana na ONU disse
à Folha que apóia ambos os candidatos. "Não temos nenhuma
crítica à forma como a missão está
sendo conduzida. Apoiamos os
candidatos brasileiros", disse.
(FLÁVIA MARREIRO E LEILA SUWWAN)
Colaborou FABIANO MAISONNAVE, da
Reportagem Local
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