DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de comunicação social do lado brasileiro da Itaipu Binacional contestou ontem as declarações à Folha do ex-bispo Fernando Lugo, pré-candidato à Presidência do Paraguai, segundo as quais o Brasil atualmente compra energia a preço de custo do país vizinho. Lugo defende aumentar em sete vezes esse valor.
Segundo o chefe da assessoria de comunicação, Gilmar Piolla, o preço pago à Itaipu, de cerca de US$ 40 por megawatt, não está abaixo do mercado e é o mesmo para os dois países. Desse preço, são deduzidos o pagamento da dívida da construção da usina devida pelo Paraguai, royalties e as despesas com a operação.
De acordo com ele, 95% de todo o orçamento da Itaipu é pago pelo Brasil, que consome esse percentual de energia gerado pela hidrelétrica. Cada país tem direito a metade da energia produzida pela hidrelétrica, mas o Paraguai consome 4,5% do total -o restante é vendido ao Brasil.
Piolla contestou também a afirmação de Lugo segundo a qual o Paraguai recebeu US$ 250 milhões da Itaipu Binacional no ano passado. De acordo com o assessor, o orçamento da Itaipu foi de US$ 2,7 bilhões, dos quais US$ 520 milhões foram destinados ao Paraguai para custear operação, royalties e cessão de energia.
O Paraguai terá uma fatia maior quando a dívida estiver paga, provavelmente em 2023, afirma Piolla.


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