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Combate na capital iraquiana promete ser duro
KIM SENGUPTA
ANDREW BUNCOMBE
DO "THE INDEPENDENT"
Forças americanas acreditam
que o ditador Saddam Hussein irá
escalar suas melhores tropas e as
mais leais para compor a resistência no amargo combate que pode
vir a ocorrer nas ruas de Bagdá,
no caso de invasão terrestre - o
que poderá se tornar uma nova
versão da batalha de Stalingrado
(a mais dura ocorrida durante a
invasão do Exército nazista à
União Soviética na Segunda
Guerra Mundial).
O Iraque está desde ontem em
estado de alerta. Saddam Hussein
dividiu o país em quatro regiões
militares e colocou seu filho Qusay no controle de duas cidades,
nas quais se acredita que a luta será mais violenta. Saddam e Qusay
serão responsáveis diretos pela
defesa da capital, Bagdá, e de Tikrit, cidade natal do ditador.
Os EUA querem lançar um ataque fulminante contra o Iraque,
utilizando tropas que estão alocadas na região (cerca de 250 mil
soldados), além das que continuam chegando. Três poderosas
unidades dos EUA - a Primeira
Divisão de Cavalaria, Primeira
Divisão Armada e Terceiro Regimento de Cavalaria Armada-
ainda estão nos EUA e na Europa
e só devem chegar à região do golfo no final de abril. Provavelmente, esses soldados serão usados
como força de estabilização depois da guerra.
Tanto o Pentágono como analistas militares independentes
afirmam que o maior desafio para
as tropas dos EUA será a luta pela
tomada da capital iraquiana. Forças britânicas devem ser utilizadas somente perto da cidade de
Basra, no sudeste do Iraque.
Para o Exército invasor, Bagdá
representa uma armadilha em
potencial. Acredita-se que Saddam Hussein já está com suas melhores tropas na cidade. Durante a
Guerra do Golfo (1991), Saddam
aprendeu que a luta no deserto
deixa as tropas terrivelmente vulneráveis a um ataque aéreo maciço dos EUA e do Reino Unido.
Acredita-se que a Guarda Republicana e a tropa de elite da Guarda Republicana Especial do Iraque formarão círculos concêntricos em volta de Bagdá para dominar rua por rua. Nesse caso, o arsenal de alta tecnologia americano terá menos vantagem.
"Quanto mais perto de Bagdá e
da Guarda Especial Republicana,
mais difícil ficará a questão", disse
um oficial dos EUA.
Bagdá não é uma cidade preparada para guerrilha. Os largos bulevares construídos por Saddam
Hussein para que seus próprios
tanques pudessem aniquilar qualquer levante popular poderão,
igualmente, acomodar os tanques
das forças ocidentais.
Mas as antigas partes da cidade,
formadas por becos e áreas de comércio, podem oferecer proteção
para os soldados iraquianos.
"Não temos nenhuma intenção
de ir de porta em porta e de casa
em casa numa cidade de cinco
milhões", disse outro oficial americano. "[A cidade" é inacreditavelmente complexa, com metrô,
túneis e abrigos por toda a parte."
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