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Na TV, Chirac insiste em inspeções
DA REDAÇÃO
O presidente francês, Jacques
Chirac, disse, em entrevista às
TVs CNN e CBS, que aceitaria estabelecer um prazo de 30 ou 60
dias de prazo para que os inspetores da ONU concluam o desarmamento do Iraque, desde que essa
proposta partisse dos próprios
inspetores da ONU.
Chirac disse que os inspetores
deveriam decidir quanto tempo
precisam para completar a missão. "Parece-me que, o que eles
propuserem, é o que deve ser
aceito. Um mês? Dois meses? Estou pronto para qualquer acordo
nessas questões, desde que com a
aprovação dos inspetores."
Até agora, a França vinha trabalhando com a necessidade de dar
vários meses aos inspetores
-mais de 120 dias. O país também opôs-se a que a ONU apresentasse um ultimato ao Iraque. A
entrevista às TVs americanas havia sido gravada antes da declaração conjunta de Bush, Blair e Aznar nos Açores.
O Conselho de Segurança (CS)
da ONU deve se reunir hoje para
discutir uma proposta franco-germano-russa de dar ao Iraque
30 dias para completar uma série
específica de desmantelamento
de sua capacidade nuclear. Esse
plano não incluiria um ultimato e
visa a prolongar as inspeções para
além desses 30 dias iniciais.
É improvável, no entanto, que
EUA e Reino Unido (membros
permanentes do CS) aceitem essa
proposta.
Amanhã, o sueco Hans Blix, inspetor-chefe de armas da ONU,
apresentará ao CS um programa
de 30 páginas com a lista das tarefas-chave de desarmamento que
ele quer que o Iraque cumpra.
Blix deve decidir também se
aceita um convite para voltar a
Bagdá e discutir com os iraquianos novas medidas que possam
evitar uma ação militar iminente
liderada pelos EUA.
Apesar de os EUA e o Reino
Unido aparentemente não contarem com o número de votos suficientes para aprovar uma nova resolução prevendo o uso da força
-e ainda enfrentarem a ameaça
de veto por parte da França, da
Rússia e, talvez, da China-, autoridades da ONU e diplomatas
acreditam que uma ação militar
deverá ser lançada em breve.
Segundo a ministra da Defesa
da França, Michele Alliot-Marie,
seu país não participaria em nenhuma ação unilateral contra o
Iraque, mas certamente desempenharia um papel na reconstrução
e na manutenção da paz num período pós-guerra na região.
"A paz não pode ser feita, a não
ser que seja com a cooperação da
comunidade internacional. Nesse
caso, a França assumiria o seu lugar e as suas responsabilidades",
disse. "Depois da guerra, veremos
quais são as necessidades."
Com agências internacionais
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