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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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Na TV, Chirac insiste em inspeções

DA REDAÇÃO

O presidente francês, Jacques Chirac, disse, em entrevista às TVs CNN e CBS, que aceitaria estabelecer um prazo de 30 ou 60 dias de prazo para que os inspetores da ONU concluam o desarmamento do Iraque, desde que essa proposta partisse dos próprios inspetores da ONU.
Chirac disse que os inspetores deveriam decidir quanto tempo precisam para completar a missão. "Parece-me que, o que eles propuserem, é o que deve ser aceito. Um mês? Dois meses? Estou pronto para qualquer acordo nessas questões, desde que com a aprovação dos inspetores."
Até agora, a França vinha trabalhando com a necessidade de dar vários meses aos inspetores -mais de 120 dias. O país também opôs-se a que a ONU apresentasse um ultimato ao Iraque. A entrevista às TVs americanas havia sido gravada antes da declaração conjunta de Bush, Blair e Aznar nos Açores.
O Conselho de Segurança (CS) da ONU deve se reunir hoje para discutir uma proposta franco-germano-russa de dar ao Iraque 30 dias para completar uma série específica de desmantelamento de sua capacidade nuclear. Esse plano não incluiria um ultimato e visa a prolongar as inspeções para além desses 30 dias iniciais.
É improvável, no entanto, que EUA e Reino Unido (membros permanentes do CS) aceitem essa proposta.
Amanhã, o sueco Hans Blix, inspetor-chefe de armas da ONU, apresentará ao CS um programa de 30 páginas com a lista das tarefas-chave de desarmamento que ele quer que o Iraque cumpra.
Blix deve decidir também se aceita um convite para voltar a Bagdá e discutir com os iraquianos novas medidas que possam evitar uma ação militar iminente liderada pelos EUA.
Apesar de os EUA e o Reino Unido aparentemente não contarem com o número de votos suficientes para aprovar uma nova resolução prevendo o uso da força -e ainda enfrentarem a ameaça de veto por parte da França, da Rússia e, talvez, da China-, autoridades da ONU e diplomatas acreditam que uma ação militar deverá ser lançada em breve.
Segundo a ministra da Defesa da França, Michele Alliot-Marie, seu país não participaria em nenhuma ação unilateral contra o Iraque, mas certamente desempenharia um papel na reconstrução e na manutenção da paz num período pós-guerra na região.
"A paz não pode ser feita, a não ser que seja com a cooperação da comunidade internacional. Nesse caso, a França assumiria o seu lugar e as suas responsabilidades", disse. "Depois da guerra, veremos quais são as necessidades."


Com agências internacionais


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