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ATENTADOS EM MADRI
Paris, Berlim e Washington tentam influenciar resposta européia a ataques terroristas de Madri
Guerra ao terror opõe a Europa aos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente da França, Jacques
Chirac, e o chanceler (premiê)
alemão, Gerhard Schröder, defenderam ontem uma união internacional para combater o terrorismo e reiteraram sua "solidariedade" para com as vítimas dos
atentados de Madri.
Porém ambos deixaram transparecer divergências em relação
ao estilo da guerra ao terror comandada pelos EUA. Schröder,
por exemplo, disse que o combate
ao terrorismo não deve ser feito
apenas com meios militares, defendendo a intensificação do intercâmbio de informações entre
os países que dela participam.
"A comunidade internacional
deve unir-se para lutar contra o
terrorismo com todas as suas forças e sem trégua. A França, como
todas as outras democracias, não
está livre da ameaça terrorista",
afirmou Chirac, em Paris, após
reunião com Schröder.
"Diante da ameaça terrorista,
mas respeitando as liberdades civis e o Estado de Direito, a Europa
protegerá seus cidadãos", afirmou Chirac.
A reunião entre os dois líderes
ocorreu num momento em que
os EUA tentam influenciar a resposta européia aos atentados de
Madri, que mataram 201 pessoas.
Ontem George W. Bush encontrou-se com o premiê holandês,
Jan Peter Balkenende.
Mas, três dias antes da reunião
de ministros europeus em que serão discutidas, em Madri, medidas de combate ao terror, Paris e
Berlim também buscam influenciar seus colegas europeus. Na
próxima semana, haverá reunião
sobre o tema em Bruxelas.
Para Schröder, a guerra ao terror demanda um aumento do
controle e da vigilância na Europa, além de maior cooperação européia e transatlântica. Mas ele salientou que a batalha "não será
vencida só com a força das armas", já que é preciso "combater
as raízes do terrorismo", como o
subdesenvolvimento.
O chanceler classificou de "interessantes" as primeiras declarações do futuro premiê espanhol,
José Luis Rodríguez Zapatero, sobre o Iraque. Berlim e Paris se
opuseram à Guerra do Iraque.
Zapatero disse que, se a ONU
não passar a controlar a reconstrução iraquiana, deverá retirar as
tropas espanholas do Iraque. Ele
disse ainda que buscará acelerar o
processo de adoção da Constituição européia. A Espanha, ao lado
da Polônia, vem dificultando as
negociações sobre a Constituição
por temer perder poder.
As declarações de Zapatero sobre o Iraque e os atentados de Madri poderão forçar uma reorganização da reconstrução do Iraque,
e os EUA poderão ser obrigados a
fazer mais concessões do que gostariam de fazer, dando mais poder à ONU. "A retirada [dos soldados espanhóis] do Iraque é
uma decisão soberana. Ela caberá
ao novo governo espanhol", declarou Schröder, acrescentando
que ainda deverá esperar para ver
o modo como isso ocorrerá.
Embora tenham dito que a
União Européia deverá reforçar
suas ações contra o terrorismo,
Schröder e Chirac, principais
opositores europeus à guerra, pareceram ser contrários à criação
de uma agência de inteligência
européia nos moldes da CIA.
A Comissão Européia não deu
seu apoio à criação do posto de
comissário europeu para o terrorismo, exortando os Estados-membros da UE a aplicar as medidas já existentes, como o mandado de prisão europeu, e a reforçar o intercâmbio de informações
entre os serviços de inteligência.
Com agências internacionais
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