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Donos de TVs negam ter dado apoio a golpe
DA REDAÇÃO
Proprietários de meios de comunicação da Venezuela rebateram ontem as acusações de que teriam sido cúmplices do golpe
que levou ao afastamento temporário do presidente Hugo Chávez,
na semana passada.
Empresários e jornalistas dizem
que a cobertura sobre os eventos
dos últimos dias -os principais
canais de TV exibiram apenas os
protestos contra Chávez, mas não
aqueles favoráveis a ele que ajudaram a reerguê-lo- é resultante
da ameaça de violência contra a
imprensa.
"Não houve desinformação",
defendeu-se Alberto Federico Ravell, dono do canal de notícias
Globovisión, órgão cujas duras
críticas ao governo de Chávez lhe
valeu o apelido de "Plomovisión"
(chumbovisão). "Nós não podíamos expor nossos jornalistas devido ao alto grau de insegurança
pelo qual passava o país."
De fato, grupos de manifestantes chavistas permaneceram durante o fim de semana em frente à
sede de canais de TV, como
RCTV e Venevisión. Seus jornalistas vêm sendo ameaçados em
telefonemas anônimos.
Desde que tomou posse, em
1999, Hugo Chávez é alvo de duras críticas dos meios de comunicação. Antes de sua queda, na semana passada, ele chegou a tirar
do ar as TVs que apoiavam a greve geral convocada pela oposição.
O estopim da crise entre Chávez e
as redes televisivas ocorreu na
quinta-feira, quando as emissoras
interferiram no seu pronunciamento em cadeia nacional.
Enquanto o presidente discursava, as TVs repartiram a tela ao
meio para mostrar, simultaneamente, a multidão que pedia sua
renúncia em protesto em Caracas.
Victor Ferreres, presidente da
Venevisión, afirmou: "Em nenhum momento censuramos
nossos jornalistas, não cortamos
as suas reportagens".
Reempossado, Chávez criticou
a forma como a TV venezuelana
retratou a crise entre quinta-feira
e sábado. Os jornais também foram acusados de tomar partido:
quase todos eles não circularam
entre sexta e domingo, em razão
da falta de segurança, segundo
seus diretores.
Com agências internacionais
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