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OEA apóia governo e critica golpistas
DO ENVIADO ESPECIAL
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Cesar Gaviria, evitou criticar o governo da Venezuela e disse
não ter dúvidas quanto à legitimidade do presidente Hugo Chávez.
Em missão especial da organização, Gaviria encontrou-se ontem com Chávez, representantes da igreja e oposicionistas. Os partidos de oposição foram colocados de urgência em sua agenda
depois de acusarem o secretário-geral de limitar seus encontros a
partidários de Chávez, que consideram um presidente ilegítimo.
"Não quero me intrometer na
política interna do país, mas, para
a OEA, o governo Chávez é o governo legítimo da Venezuela",
respondeu Gaviria.
A missão da OEA fora determinada na última sexta-feira, quando os 35 países da organização condenaram a interrupção do regime democrático. "O que mais
preocupou os embaixadores na
OEA, além da prisão do presidente, foi a dissolução dos Poderes e a
tentativa de caçar mandatos populares", disse ele, em referência à
decisão dos golpistas de dissolver
o Legislativo e as cortes de Justiça
e anular mandatos de prefeitos e
governadores chavistas.
Gaviria disse que não irá encontrar-se com golpistas, embora um
dos objetivos de sua missão seja
ajudar a pacificar o país. "Quanto
a eles, minha única obrigação é
tentar garantir que tenham tratamento digno e direito de defesa".
A importância da missão de Gaviria decorre da influência que a
condenação da OEA teve na queda do governo provisório. Além
disso, havia expectativas quanto a
eventuais críticas que Gaviria pudesse fazer a Chávez, refletindo
interesses norte-americanos.
Os EUA anunciaram ter votado
a favor do envio de uma missão
da OEA à Venezuela acreditando
que ela iria fiscalizar os ataques de
Chávez contra a imprensa e contra os direitos humanos.
Indagado se a ausência de críticas a Chávez iria desagradar aos
EUA, Gaviria disse: "Sou um simples executor do que os países
membros decidiram".
Ele concentrou suas críticas (leves) aos golpistas. Com relação a
Chávez, apenas o instou a ampliar
o diálogo com a sociedade. "Esses
episódios agravaram a polarização, que tem que dar espaço à
conciliação".(MA)
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