São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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GUERRA SEM LIMITES

Imagens do ataque à sede da Defesa dos EUA foram divulgadas após dois anos de insistência de ONG judicial

Pentágono libera vídeo do 11 de Setembro

DA REDAÇÃO

O Pentágono divulgou ontem um vídeo com imagens do avião que atingiu a sede da Defesa americana no 11 de Setembro, matando as 59 pessoas a bordo e 125 que estavam no edifício em Arlington, cercanias de Washington, no momento do ataque. A liberação é a resposta ao pedido feito em 2004 pela ONG de monitoramento jurídico Judicial Watch sob a Lei da Liberdade de Informação dos EUA (Foia, na sigla em inglês).
É a primeira vez que o Departamento da Defesa permite o acesso público à seqüência de imagens. Antes, no entanto, fotos extraídas do vídeo já circulavam pela internet de forma não oficial, por meio de links e e-mails, fomentando uma série de rumores e teorias conspiratórias a respeito do que atingiu o Pentágono -se foi realmente um avião ou um míssil.
O vídeo foi captado pelas câmeras de segurança do Pentágono situadas no exterior do prédio, que servem essencialmente para gravar placas de veículos que entram no edifício -ou seja, sua capacidade é insuficiente para determinar que tipo de objeto atingiu o quartel-general da Defesa americana. Vê-se apenas uma mancha.
São duas seqüências de imagens. A primeira dura 12 segundos e mostra o exato momento em que a aeronave atinge o Pentágono -há o muro e, repentinamente, uma explosão. Na segunda, com quase dois minutos, um carro de polícia passa por uma cancela diante do prédio, segundos antes de surgir uma pequena mancha branca e uma sombra no solo por trás do muro. Em seguida, há a explosão, e uma enorme bola de fogo aparece na tela. Logo depois um clarão irrompe, e um rolo de fumaça negra sobe do local atingido.

"Registro público"
Voando a uma velocidade de 360 km/h, o avião seqüestrado da American Airlines foi jogado sobre a ala sudoeste do Pentágono às 9h38 da manhã de 11 de setembro de 2001, pouco depois que duas outras aeronaves tomadas por terroristas chocaram-se contra o World Trade Center, em Nova York, no maior atentado terrorista em território americano.
O Pentágono anteriormente havia se recusado a divulgar os vídeos, sob alegação de que eles estavam nas mãos do Departamento da Justiça para análise em investigações criminais.
"Demos duro para conseguir este vídeo porque achávamos que ele era muito importante para completar o registro público dos ataques terroristas do 11 de Setembro", afirmou Tom Fitton, presidente da Judicial Watch.
O website da ONG (http:// www.judicialwatch.org/ flight77.shtml), que exibe os vídeos, precisou ser convertido para uma versão simplificada por conta do número de acessos.
Segundo uma porta-voz do Pentágono, as famílias das vítimas do ataque não foram consultadas antes da liberação. As imagens também podem ser assistidas no website do Pentágono -mas o acesso é bem mais lento.
Para Debra Burlingame, cujo irmão, Charles, era o piloto do vôo em questão, as imagens não trazem informações novas sobre o que aconteceu naquele dia. Ela disse duvidar que sua divulgação ajudasse a dispersar as teorias conspiratórias sobre o ataque.


Com Associated Press

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