São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Casa Branca deixará que Congresso monitore programa de espionagem

DA REDAÇÃO

Em uma aparente mudança de posição, fontes no Congresso americano citadas pela agência de notícias Reuters afirmaram que a Casa Branca permitirá o acesso dos comitês de inteligência da Câmara e do Senado ao programa de espionagem doméstica mantido pelo governo de George W. Bush.
O anúncio veio dois dias antes da sabatina pelo Senado do general Michael Hayden, nomeado por Bush para dirigir a CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA). Entre 1999 e o ano passado, Hayden chefiou a Agência Nacional de Segurança (NSA), responsável por compilar um banco de dados com ligações telefônicas de dois terços dos cidadãos americanos desde o 11 de Setembro. O tema deve ser o foco da sessão de perguntas à qual o militar será submetido.
Se cumprida, a decisão permitirá que o Programa de Monitoramento do Terrorismo mantido pela Casa Branca, secreto, seja monitorado pelo Congresso. Entre outras coisas, o pacote de medidas permite que a NSA acesse mensagens por e-mail e ligações telefônicas de cidadãos americanos sem obter um mandado judicial para tanto. Bush, no entanto, defende que o programa é acionado apenas para monitorar suspeitos de envolvimento com o terrorismo, e a Casa Branca vinha evitando revelar totalmente quais são as medidas que ele engloba.
Ontem Bush voltou a defender o programa, afirmando que seu governo não tinha outra alternativa senão "ligar os pontos" para proteger seus cidadãos depois do 11 de Setembro.
A revelação de que o governo havia registrado bilhões de ligações domésticas feitas por cidadãos comuns, em reportagem do jornal "USA Today" na semana passada, provocou um debate acirrado nos EUA sobre como ficam as liberdades individuais diante da guerra ao terrorismo empreendida por Bush.


Com agências internacionais

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