São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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PANORÂMICA

CONQUISTA

Neozelandês com duas pernas amputadas escala até o topo o monte Everest
Reprodução
Mark Inglis durante a recém-completada escalada do Everest


Nesta semana, um neozelandês de meia-idade chamado Mark Inglis se arrastou penosamente pelos últimos metros que o separavam do topo do monte Everest. Não haveria nada de tão incomum nisso -afinal, escalar o Everest já se tornou um desafio tão popular que as encostas da montanha muitas vezes estão lotadas de alpinistas, e mais de cem pessoas já alcançaram o topo dela este ano. Mas Inglis é diferente: ele não tem pernas.
Inglis, que há mais de 20 anos perdeu as duas pernas, gangrenadas pelo frio, é o primeiro amputado duplo a alcançar o topo daquela montanha. Na noite de segunda-feira ele telefonou para sua mulher, Anne, do alto da montanha de 8.848 metros, para avisá-la que chegara ao pico em segurança.
Ele fez a escalada com a ajuda de pernas artificiais feitas de fibra de carbono e adaptadas especialmente para a prática do alpinismo. Em certo momento, quando ele sofreu uma queda, uma das pernas se quebrou, e Inglis teve que improvisar um conserto na própria encosta da montanha, para poder voltar até seus colegas de escalada e reconstruir a perna com a ajuda de peças sobressalentes.
Com seu feito, Inglis ingressa no pequeno grupo de alpinistas que já superou deficiências físicas para conquistar o Everest. O grupo inclui um americano cego e um "sherpa" tibetano cujas mãos foram amputadas e que as substituiu por ganchos para fazer a escalada.
Mas o neozelandês insistiu que o fato de escalar a montanha, mesmo sendo amputado, não foi o importante para ele. "Não estou fazendo isso para ser o primeiro duplo amputado a chegar lá", disse a jornalistas antes de partir para a escalada. "Se eu for o primeiro, isso daria um toque final ao bolo. Mas o importante é que venho escalando montanhas por toda minha vida, e o Everest é a maior desafio de qualquer alpinista."
"Ele é incrível", comentou sua mulher. "Mark sonhou com isso durante toda sua vida."
A Nova Zelândia tem uma relação especial com o Everest. Sir Edmund Hillary, que foi o primeiro a chegar ao seu topo, saudou a conquista do compatriota como um "esforço notável". (DO "INDEPENDENT")

Tradução de Clara Allain


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