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Presidente do Peru prevê guerra civil na Bolívia
DO ENVIADO A LIMA
O presidente peruano Alan
García disse ontem ao presidente da Comissão Européia,
José Manuel Durão Barroso,
que está certo de que a explosiva situação na Bolívia desembocará em uma guerra civil.
A previsão, feita durante encontro entre eles, ajuda a compor um cenário de extrema inquietação na Europa, que o presidente da Bolívia, Evo Morales, reforça com sua retórica
sempre incandescente.
Ontem, por exemplo, na sessão reservada em que se discutiam os temas da Cúpula América Latina e Caribe-União Européia, Morales fez uma enfática defesa das nacionalizações
promovidas por seu governo.
Repetiu sua tese de que certos serviços públicos são função do Estado. Uma das nacionalizações mais recentes foi
justamente a de uma empresa
de telefonia de capital italiano.
A iniciativa foi rotulada de
"extremamente infortunada"
pelo alemão Karl Falkenberg,
principal negociador técnico da
UE para assuntos comerciais.
"Quando negociações comerciais não caminham junto com
a criação de um ambiente favorável para investimentos externos, é um problema", disse.
A UE negocia com a Comunidade Andina de Nações (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru)
um acordo de livre-comércio.
Dos quatro países andinos, Peru e Colômbia querem avançar
rapidamente, abrindo-se ao livre mercado de maneira praticamente incondicional. Já Bolívia e Equador fazem restrições à abertura comercial.
A Europa está procurando
manter-se longe da crise boliviana, exacerbada pelo referendo pela autonomia do departamento de Santa Cruz e pela
convocação dos referendos revogatórios dos mandatos de
Morales e dos governadores.
A UE prefere jogar a mediação no colo do grupo de amigos
(Brasil, Argentina e Colômbia),
que não têm progredido.
(CR)
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